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Política & Poder

Flordelis afirma não ter ficado surpresa com decisão do STF

Barroso disse que processo que investiga morte de marido de Flordelis deve ficar no Rio

Redação Jornal de Brasília

01/08/2019 20h49

Logo após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a investigação sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis (PSD), sob responsabilidade da Justiça Estadual do Rio, a parlamentar emitiu na noite desta quinta-feira, 1º, nota em que afirmou que não reivindicou essa prerrogativa nem ficou surpresa com a decisão.

Em junho, o Ministério Público do Estado do Rio, considerando “possível” o envolvimento de Flordelis no caso, pediu que o STF decidisse se o processo deveria ser analisado pela Justiça Estadual ou pelo STF, já que a deputada tem foro por prerrogativa. Nesta quinta-feira o ministro Luís Roberto Barroso decidiu que a investigação deve seguir com a Justiça Estadual, porque o crime não tem ligação com o mandato da deputada.

“Em nenhum momento a deputada federal Flordelis solicitou ou reivindicou a prerrogativa de não ser investigada pela polícia e pela Justiça. O STF foi provocado pelo Ministério Público, porque a lei assim exige”, afirma nota de Flordelis. “A decisão não surpreendeu a deputada Flordelis, porque ela tem conhecimento que a prerrogativa só seria aplicada se o crime investigado tivesse ocorrido em razão do mandato dela”, continua a nota. “A deputada esteve à disposição da polícia em todos os momentos em que foi solicitada” e “tem todo o interesse na solução do caso. Ela precisa saber quem foram os autores do crime e as razões que tiveram” porque “só depois disso terá paz”, conclui a nota.

Barroso: processo que investiga morte de marido de Flordelis deve ficar no Rio

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira, 1º, que as investigações sobre a morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis (PSD), devem ficar sob responsabilidade da 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói (RJ). Em junho, o Ministério Público do Estado do Rio, constatando “possível” envolvimento de Flordelis no caso, pediu que o STF decidisse se o processo deveria ser analisado pela Suprema Corte, já que a deputada tem foro por prerrogativa.

Barroso destacou, no entanto, que o STF decidiu em 2018 que só tem direito a ser julgado pelo tribunal quem cometeu crime durante o mandato e em função do cargo, regra que não seria aplicada ao caso que investiga a morte do marido de Flordelis. 

“No entanto, os crimes como o de homicídio não têm, como regra, pertinência com as funções exercidas por ocupante de cargo parlamentar. E não há até aqui qualquer indicação de que teria no caso concreto”, afirmou o ministro na decisão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também havia se manifestado nesse sentido. 

O ministro também pediu que a Justiça no Rio seja comunicada com urgência de sua decisão para continuidade da investigação. O caso foi suspenso diante da dúvida sobre quem deveria julgá-lo. “Por fim, diante da notícia de sobrestamento das investigações na origem em decorrência da dúvida acerca da competência para o prosseguimento das investigações, comunique-se, com urgência, o teor da presente decisão ao Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ, para continuidade das investigações”, decidiu o ministro. 

Nesta terça-feira, o advogado que defende a família de Carmo, Angelo Máximo, voltou a levantar a suspeita de que o marido da deputada possa ter sofrido tentativas de envenenamento gradual por membros da própria família. De acordo com ele, a hipótese surgiu no depoimento de um dos filhos da parlamentar. Máximo representa Maria Edna Virgínio do Carmo e Michele do Carmo, mãe e irmã de Anderson.

O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros após chegar em casa, em Niterói, na madrugada do dia 16 de junho.

Estadão Conteúdo.

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