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Política & Poder

Flávio e esposa usaram dinheiro de “rachadinha” para pagar apartamento, diz MP

Dinheiro chegou à conta do casal por meio de 146 depósitos. Ministério Público aponta em denúncia que os valores não vieram de fontes lícitas de renda

Redação Jornal de Brasília

11/11/2020 12h09

Entre 2014 e 2018, o hoje senador Flávio Bolsonaro e a companheira, a dentista Fernanda Bolsonaro, receberam R$ 295,5 mil de origem desconhecida. O dinheiro caiu nas contas do casal por meio de 146 depósitos ao longo dos quatro anos.

Com o dinheiro, que não se sabe de onde veio, Flávio e Fernanda pagaram parcelas do apartamento localizado na Avenida Lúcio Costa, em frente à praia da Barra, no Rio.

É o que aponta o Ministério Público do Rio (MPRJ) na denúncia obtida e divulgada pelo jornal O Globo que trata das “rachadinhas” que ocorriam no gabinete de Flávio quando ele ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj) do Rio.

O MP diz que o dinheiro “não provêm de suas fontes lícitas de renda, mas sim dos valores desviados da Alerj pelos ‘assessores fantasmas’, por intermédio de operadores financeiros”. Isto é, os valores estariam vindo das rachadinhas no gabinete da Alerj.

A denúncia conta ainda que “a conta bancária do denunciado Flávio Nantes Bolsonaro recebeu 141 (cento e quarenta e um) depósitos de dinheiro vivo em valores fracionados que somados representam o ingresso de R$ 275.500,00 em seu patrimônio sem origem conhecida”. Já Fernanda recebeu cinco depósitos que somaram R$ 20 mil.

Funcionária revela

A ex-assessora de Flávio na Alerj, Luiza Sousa Paes, confessou ao MP que recebia salário, mas que não trabalhava. Confirmou também que recebia cerca de R$ 5 mil, ficava com R$ 700 e devolvia o restante, incluindo 13º, férias, vale-alimentação e restituição do Imposto de Renda. A denúncia também foi revelada pelo O Globo.

Luiza mostrou extratos bancários aos promotores. Os comprovantes mostram que, entre 2011 e 2017, ela devolveu cerca de R$ 160 mil ao gabinete. A funcionária disse ainda que outras pessoas receberam cargos mas também não trabalhavam. Entre elas, estariam duas filhas mais velhas de Queiroz, o chefe do esquema de ‘rachadinha’.

A funcionária trabalhou no gabinete de Flávio entre agosto de 2011 e abril de 2012. Depois, foi para outros departamentos da Alerj e continuou devolvendo quase todo o salário.

O senador se pronunciou sobre a denúncia. Na visão de Flávio, o MP cometeu uma “série de erros bizarros” na ação.

“Na?o cometi nenhuma ilegalidade. O MP do Rio comete se?rie de erros bizarros em sua ‘denu?ncia’, a?s ve?speras das eleic?o?es municipais”, disse Flávio, nas redes sociais. Na visão do senador, o MP cometeu quebra de sigilos de forma ilegal, distorção de informações fiscais, dentre outras ações supostamente ilícitas.

Agora, cabe à Justiça do Rio aceitar a denúncia feita pelo MP contra Flávio Bolsonaro.

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