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Política & Poder

Flávio Bolsonaro nomeia ex-assessor olavista da casa Civil

Pedri, ativo no Twitter, onde tem mais de 26 mil seguidores, já comparou o isolamento social ao Ato Institucional nº 5, medida mais radical da ditadura militar brasileira

Redação Jornal de Brasília

28/04/2020 15h04

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião. Na pauta, leitura de relatórios das indicações para presidência e duas diretorias do Banco Central (BC) e diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em destaque, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Foto: Pedro França/Agência Senado

Seguidor das ideias do escritor Olavo de Carvalho e autor do manifesto do Aliança Pelo Brasil, o assessor Felipe Cruz Pedri foi nomeado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) em seu gabinete no Senado, cinco dias após ser exonerado da Casa Civil do governo. A exoneração de Pedri, publicada no dia 15 deste mês, foi assinada pelo ministro Walter Braga Netto, que coordena o comitê de crise montado pelo Planalto para organizar o combate ao coronavírus no País.

Pedri, ativo no Twitter, onde tem mais de 26 mil seguidores, já comparou o isolamento social ao Ato Institucional nº 5, medida mais radical da ditadura militar brasileira. O AI-5, entre outras arbitrariedades, cassou mandatos de parlamentares e censurou a imprensa.

“O ‘ficaemcasa’ é o AI-5 da nossa época. Mais agressivo e com foco nos comuns, nem no pior dos extremismos imaginávamos pessoas sendo presas por quererem se sustentar”, escreveu o novo assessor do filho ’01’ do presidente Jair Bolsonaro. Ele também já chamou a preocupação com a covid-19 de “histeria” e alegou, sem provas, que o “vírus chinês” foi criado em laboratório.

No gabinete de Flávio, Pedri está com o cargo de assessor parlamentar SF02, o de maior remuneração dentre os comissionados – o salário bruto é de R$ 17,3 mil. Foi nomeado no dia 20 de abril, menos de uma semana após ser dispensado por Braga Netto.

O assessor, crítico da esquerda e do que chama de “globalismo”, estava na Casa Civil por iniciativa do ex-ministro da pasta Onyx Lorenzoni, que hoje comanda o Ministério da Cidadania.

Antes de Bolsonaro assumir o Planalto, Pedri já havia trabalhado para Lorenzoni na Câmara dos Deputados, entre novembro de 2016 e novembro de 2018. A remuneração, porém, era bem inferior à que receberá do gabinete de Flávio: cerca de R$ 5,9 mil. Um mês antes de começar a trabalhar para o deputado, ele deu baixa num pequeno negócio de roupas, que mantinha desde 2002 em Porto Alegre.

Autor do manifesto do Aliança Pelo Brasil, partido que a família Bolsonaro e seus aliados pretendem criar, Pedri escreveu, por exemplo, que “a relação entre esta Nação e Cristo é intrínseca, fundante e inseparável”.

Procurado, o senador Flávio Bolsonaro não respondeu até a publicação deste texto.

Estadão Conteúdo

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