Menu
Política & Poder

Fernández e Bolsonaro marcam reunião em março

A relação entre os presidentes ficou estremecida quando, no ano passado, Bolsonaro declarou apoio à reeleição de Mauricio Macri e fez ataques à vice na chapa de Fernández, a ex-presidente Cristina Kirchner

Redação Jornal de Brasília

13/02/2020 23h15

O presidente Jair Bolsonaro fala à imprensa e cumprimenta populares ao sair do Palácio da Alvorada

O presidente Jair Bolsonaro deve se encontrar com seu colega argentino, Alberto Fernández, no início de março. A ideia é realizar uma reunião bilateral durante a viagem que os dois farão para a posse do novo presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou A informação é do chanceler argentino, Felipe Solá, que esteve ontem com Bolsonaro no Palácio do Planalto.

De acordo com Solá, a proposta partiu de Bolsonaro, que afirmou que gostaria de falar reservadamente com Fernández. “Falamos sobre o futuro, falamos sobre a possibilidade de que se encontrem (Bolsonaro e Fernández) em 1º de março no Uruguai”, disse – data da posse de Lacalle Pou.

No ano passado, durante a eleição presidencial argentina, Bolsonaro e Fernández trocaram críticas. No entanto, passada a disputa, Bolsonaro convidou o argentino para vir ao Brasil. Na visão de Solá, o encontro no Uruguai funcionaria como “um passo intermediário”.

O chanceler também disse que os dois concordaram que, quando se trata do Mercosul, Brasil e Argentina não querem “olhar para trás”. “O Mercosul deve ser renovado, olhar para o mundo, e apoiamos o acordo do Mercosul com diferentes regiões”, declarou Sola.

Mais cedo, no Itamaraty, ao lado do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, Solá disse que a Argentina adotará uma posição “pragmática e realista” nas relações bilaterais com o Brasil.

A relação entre os presidentes ficou estremecida quando, no ano passado, Bolsonaro declarou apoio à reeleição de Mauricio Macri e fez ataques à vice na chapa de Fernández, a ex-presidente Cristina Kirchner.

Por sua vez, Fernández publicou após sua vitória uma foto com apoiadores fazendo um “L” com a mão, símbolo usado por petistas em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em declaração conjunta após o encontro, Solá e Araújo reafirmaram compromisso de fortalecimento do Mercosul e apoios na áreas de segurança e no combate ao crime organizado.

Solá indicou que o governo de Fernández não colocará barreiras para o avanço do bloco para o restante do mundo. “Entendemos que o Mercosul, para crescer, precisa fazer acordo para o livre-comércio com outros países. Israel, América Central, Líbano, Cingapura. Temos de ter a mente aberta para os acordos e vamos tratar de não ser um entrave”, disse.

Ele afirmou ainda que fez um relato das dificuldades econômicas na Argentina e pediu ajuda ao Brasil. “Pedimos aos irmãos brasileiros que nos apoiem com o FMI para termos tempo para crescer e pagar dívida. Não vamos dar o calote.”

Negociações

Em 2019, o Mercosul encerrou suas negociações de parcerias comerciais com a União Europeia (UE) e com a Associação Europeia de Livre-Comércio (Efta), que reúne também Noruega, Suíça e Islândia.

Por sua vez, Araújo disse que tem a “convicção e a expectativa de contar com a parceria da Argentina para consolidação do Mercosul”. “Brasil e Argentina estão na mesma página em crescimento, segurança e valores democráticos”, afirmou.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado