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Política & Poder

Esquenta a disputa pela presidência da Câmara

Arthur Lira compara apoiadores de Rossi a integrantes do Centrão e fala em apoio de “todos”

Redação Jornal de Brasília

11/01/2021 8h24

Foto: Agência Câmara

Hylda Cavalcanti
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O tempo esquentou no último final de semana para os candidatos à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP). Os dois se envolveram em declarações polêmicas que provocaram ruídos entre os políticos e grande confusão na disputa, com arranhões para ambas as partes.

Arthur Lira, o primeiro a dar declarações desastrosas, disse que está dialogando com grupos políticos e destacou, durante entrevista à CNN sobre o apoio de Bolsonaro à sua candidatura: “não rejeito adesão de ninguém”.

“O diferencial da nossa campanha é que nós temos contato direto com os deputados, independente de partido e de tendência, seja de centro, de direita ou de esquerda. Eu não rejeito apoio de ninguém, nem de nenhum partido”, reiterou ele.

O parlamentar aproveitou para criticar diretamente Baleia Rossi e o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que lançou o nome de Rossi para a disputa. “O atual presidente dirige a Câmara com centralismo, definindo a pauta dos debates. Pretendo seguir por outro caminho. A pauta não é do presidente e a Câmara não tem dono”, afirmou.

Ele (Lira) chamou o grupo de Maia de “Centrão gourmet” – numa alusão ao fato de ser considerado o candidato do grupo conhecido no Congresso como Centrão.

“Centrão gourmet”

“Centrão ou centro gourmet, pergunto-me onde está a diferença. Despir-se da capa de Centrão só vale na hora da entrevista ou do tuíte? Aliás, fica aqui o registro de que, na Plataforma Radar do Congresso, os partidos PSL, DEM, Novo e MDB apresentam índices de votação a favor do governo acima dos 80%. Se o disfarce de uma dita oposição não cola, a diferença do candidato de Rodrigo Maia será o jeito de conduzir o dia a dia da Casa. Pelo visto, primeiro vai ter que decidir o que é”, alfinetou, nas redes sociais.

Lira reclamou, também, que tem sido feita muita pressão de governadores nas bancadas, repressão das cúpulas partidárias e até ameaças de exonerações dentro da Câmara para influenciar na disputa. “Tudo isso lá do lado da turma que fala em democracia e liberdade…”, frisou, em um recado indireto ao grupo de Maia.

Em resposta, Rodrigo Maia afirmou que o deputado está usando as mesmas práticas de Jair Bolsonaro para “para dirigir ataques contra adversários”. “Cada vez mais o candidato faz uso de uma narrativa falsa e adota as mesmas práticas do chefe. Por isso que cada vez mais ouço ele ser chamado de ‘Bolsolira’”, ressaltou. “O comentário é demonstração do desespero que já bateu na campanha dele”, acrescentou.

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