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Política & Poder

‘Escola Sem Partido’ já está em operação, mesmo sem lei específica, diz Bolsonaro

O ministro tem sido criticado por declarações agressivas nas redes sociais e resultados do ministério

Redação Jornal de Brasília

18/12/2019 11h21

O Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta turistas e conversa com à imprensa ao sair do Palácio da Alvorada

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, faz um trabalho “excelente”. “No meu entender ele (Weintraub) está sendo excelente. Tem certos jornalista criticando. Está indo bem”, disse Bolsonaro nesta quarta-feira, 18, a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada

O ministro tem sido criticado por declarações agressivas nas redes sociais e resultados do ministério. O presidente disse que o projeto “Escola Sem Partido” já está em operação, mesmo sem uma lei específica. “Já tem impresso nos cadernos o que o aluno tem direito. (Se) o professor quer falar que o PT é legal, o aluno pode falar o contrário sem ser perseguido”, disse.

Questionado por uma apoiadora sobre possível volta de disciplinas de “educação moral e cívica” nas escolas, Bolsonaro disse que “tem coisa que só podemos mudar em 2022”. O presidente emendou novas críticas ao educador Paulo Freire: “Agora, essa filosofia desse tal de Paulo Freire…16 anos e olha como está a educação no Brasil”, afirmou Bolsonaro, que chamou o educador de “energúmeno” nesta semana.

O presidente ainda disse que os estudantes têm de aprender “coisas úteis”. “Prova do Enem deste ano… Lembra ano passado? A linguagem secreta dos gays. Para que isso? Pessoal me chama de homofóbico. O que acrescenta? Doutrinação”, disse.

Bolsonaro ainda sinalizou que a prova deveria fazer uma releitura sobre o período da ditadura militar. “Em vez de falar o que aconteceu de verdade de 64 a 85, publicam mentiras”, afirmou.

Aliança pelo Brasil

O presidente  disse ainda, que “pelo jeito” a coleta de assinaturas necessárias para criação do Aliança pelo Brasil terá de ser feita manualmente. Segundo Bolsonaro, por este método será muito difícil concluir o processo de criação da sigla até o final de março, ou seja, a tempo de lançar candidatos para as eleições municipais de 2020.

“Pelo jeito vai ter de recolher assinatura no braço. Se for no braço, vai ser difícil de fazer para março o partido. Muito difícil”

A vontade do presidente era realizar uma coleta de assinaturas digitais para a criação de seu partido. Mas o método ainda não é permitido e regulamentado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) O presidente se desfiliou em novembro do PSL, partido pelo qual foi eleito, em meio a disputas internas na legenda.

São necessárias cerca de 500 mil assinaturas válidas para tirar do papel o “Aliança”, sigla conservadora, que defende Deus, armas e oposição a movimentos de esquerda, presidida por Bolsonaro e com forte presença de seus filhos.

O presidente disse ainda que, por limites legais, não pode usar canais oficiais para impulsionar a coleta de assinaturas. “Vocês acham que posso usar cadeia de rádio e televisão para o que eu quero. Não posso. Tem uma lei. Não posso ir além do que estou fazendo”, declarou.

Dinheiro para campanha

Ao falar sobre uso de recursos para campanha eleitoral, Bolsonaro perguntou a seus apoiadores se deve sancionar ou vetar “os R$ 2 bilhões do fundo partidário”. Ele ouviu, em coro, que deveria vetar o valor.

Não ficou claro, porém, se Bolsonaro se confundiu e queria, na verdade, tratar do “fundo eleitoral” de R$ 2,034 bilhões aprovado na terça-feira pelo Congresso. O valor é distribuído entre partidos para financiar campanhas eleitorais.

“Vamos supor que seja aprovado. O PT vai ganhar R$ 200 milhões para fazer campanha no ano que vem. Aquele pessoal do PSL lá, que mudou de lado, também vai pegar R$ 200 milhões”, disse Bolsonaro.

Líderes do Centrão chegaram a articular para tentar aumentar o montante para R$ 3,8 bilhões, mas recuaram diante de sinalizações de que o presidente vetaria um valor maior.

Bolsonaro ainda afirmou aos apoiadores que foi injustamente acusado de abuso de poder econômico pela campanha eleitoral de 2018. “O fundo eleitoral foi no ano retrasado de R$ 1,7 bilhão. Meu partido, PSL, pegou R$ 10 milhões disso aí. Não usei nada, fiz uma vaquinha. E eu estou sendo acusado de abuso de poder econômico”, disse.

Estadão Conteúdo

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