Francisco Dutra
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Para o senador Cristovam Buarque (PPS), a proposta para o sistema educacional do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL) camufla uma projeto de doutrinação do Estado. Pelo Twitter, na tarde deste sábado (24), o parlamentar desferiu críticas ferrenhas contra o próximo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e ao filósofo Olavo de Carvalho, guru da direita e referência para Bolsonaro.

Opositor do projeto Escola Sem Partido, defendido pelo futuro presidente, Buarque digitou na rede social, ao comentar sobre as propostas de Vélez para a Educação: “Nem tem proposta para um novo sistema. Quer apenas doutrinar dentro do pobre sistema atual”.

O parlamentar também disparou contra Carvalho. “Sr. Olavo de Carvalho me chamou de idiota; eu digo que ele é inteligente, ao tentar camuflar que Escola Sem Partido é escola com partido único, do governo no poder: foi assim na Alemanha e na URSS. Ele é a mesmice tentando enganar. Censurar professor é o sonho dos autoritários”,  esbravejou o senador.

Após as postagens, Cristovam também foi questionado e criticado por militantes da esquerda, pelo fato de ter votado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. “Reconheço que errei. Faltaram os 21 anos de governo de esquerda, PSDB+PT. Mas a grosseria de sua resposta mostra que a ideia está certa: nossos governos de esquerda não deram educação”, ironizou o parlamentar.

Cristovam não conseguiu a reeleição nas urnas de outubro. Ele, no entanto, pretende continuar presente no debate nacional sobre a Educação mesmo sem mandato. Do mesmo lado da balança, Bolsonaro e Carvalho pertencem a uma corrente que questiona as manifestações políticas nas salas de aula, principalmente da esquerda progressista.