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Política & Poder

Entrevista: Celina Leão não descarta aderir ao governo Ibaneis

Ainda sem confirmação, a ida da parlamentar à Secretaria de Esporte já chegou a ser cogitada por integrantes do Buriti

Lucas Valença

30/04/2020 8h22

As tratativas de uma possível ida da deputada federal Celina Leão (PP) à Secretaria de Esporte do Governo do Distrito Federal; as polêmicas falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre o número de mortes no Brasil decorrente do novo coronavírus; a saída do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro; e a aproximação do Palácio do Planalto com o Centrão, são alguns dos temas abordados na entrevista da parlamentar concedida ao Jornal de Brasília.
Confira em vídeo a entrevista completa.

Recentemente o Brasil ultrapassou números da China e atingiu a marca das cinco mil mortes. Nesse contexto, a mídia repercutiu falas polêmicas do presidente da República, Jair Bolsonaro. Como a senhora observou os comentários do chefe do Executivo?

Eu acho que isso precisa ser encarado, em primeiro lugar, com muito respeito. Porque essas pessoas tem família que estão sofrendo. Eu tenho uma mãe de 77 anos e gostaria de tê-la comigo durante muitos anos ainda, meu pai também. Essa doença não é uma “gripezinha”, ela mata mesmo e tira os nossos entes queridos do nosso convívio.

Então eu acho uma falta de respeito esse formato e esse tratamento com as famílias e com as vítimas. Se ele (Jair Bolsonaro) quer demonstrar que é um homem forte, e essa foi uma grande característica do presidente, precisa entender que até para os homens fortes, cabe sensibilidade. Eu acho que é isso que está faltando. Talvez uma pessoa na equipe que dê o tom da sensibilidade, do carinho e da solidariedade.

Ainda nesta quarta-feira (29) o presidente chegou a criticar os governadores e passou a culpar os governadores pelas mortes. As declarações do presidente não são motores para novas crises junto aos representantes dos estados?

A fala dele é muito contraditória e acho que isso é o modus operandi do governo. Ele fala uma coisa e reage de uma outra forma para a própria população não saber qual foi o comando que foi dado. […] Isso cria uma confusão mental na cabeça das pessoas. Nós temos que ter a ciência de que o brasileiro está desesperado sim. Que as pessoas estão desempregadas e que muitos empregos ainda vão ser fechados, só que quando se antecipa na quarentena e faz um isolamento social bem feito, isso dá condição ao governo de sair dessa quarentena com mais rapidez. O grande exemplo disso é o Distrito Federal.

Há algumas semanas muito se especulou da possibilidade de a senhora passar a aderir o secretariado do Governo do Distrito Federal. Essa ideia ainda existe?

[…] Nada é impossível. A gente não fala que essa porta está fechada. Estamos sempre discutindo com o governo e estou sempre disposta a ajudar. Também é importante ouvir os eleitores que sempre dialogam com o mandato.

Então assim, existe essa tratativa, essa conversa, mas ainda não está nada definido. Só que também não existe nenhuma porta que esteja fechada. Se eu fosse assumir alguma pasta do governo (local), teria de ser alguma secretaria que eu tivesse alguma identidade. A gente chegou a discutir sobre a pasta do Esporte, mas nada concreto ainda.

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