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Política & Poder

“Entrei em modo guerra”, diz Frederick Wassef

“Eu nunca contei ao presidente Bolsonaro. Quando você puder dizer os motivos, você vai me entender e vai me dar a razão”, afirmou Wassef

Redação Jornal de Brasília

26/06/2020 8h13

Foto: Reprodução

Desde a prisão do policial aposentado Fabrício Queiroz, no dia 18 de maio, o advogado Frederick Wassef virou foco ao ser acusado de esconder o suspeito de ser laranja da família Bolsonaro. “Entrei em modo guerra. Quando isso acontece, viro ou diabo ”, disse Frederick Wassef ao receber a Veja na quarta-feira 24.

Segundo a Veja, pessoas próximas à Wassef contaram que ele disse ter se preparado para receber uma visita da polícia e alega não ter feito nada de ilegal. Ele alegou, ainda, que impediu que Queiroz fosse assassinado por “forças ocultas”. “O MP e a Justiça do Rio devem me agradecer por proteger uma testemunha importante”, disse. 

“Eu nunca contei ao presidente Bolsonaro. Quando você puder dizer os motivos, você vai me entender e vai me dar a razão. Então eu assumo um risco de fazer isso porque eu sei o que é melhor para o filho dele”, afirmou. 

Questionado sobre o motivo de esconder Queiroz, afirmou: “Eu sou um sobrevivente de quatro cânceres e soube o que estava passando pelo senhor Fabrício Queiroz. Isso me sensibilizou muito. Imaginava aquele cidadão sendo torturado psicológico e emocionalmente, sofrendo um assédio terrível. O presidente Bolsonaro simplesmente cortou contato ou relação com Fabrício Queiroz. Da mesma forma, o senador Flávio Bolsonaro se distanciou completamente. E eu imagino o que seria para aquela pessoa. De repente, não está mais com os seus amigos, doente e assediado. Não pode andar na rua, não pode ter uma vida normal.”

A Veja questionou se a ajuda foi pedida ou oferecida e Wassef se respondeu: “Essa pergunta também envolve questões de sigilo, mas você pode dizer o seguinte: eu apenas cheguei ao conhecimento que, caso necessário, estava disponível um local para que você pudesse ficar durante um momento tão difícil e afetado por um tratamento de câncer. Meu objetivo foi apenas conceder um espaço para que uma pessoa não viesse a morrer. Sempre houve um distanciamento entre nós.”

Ao falar sobre o suposto assassinato de Queiroz, Wassef disse ter tido informações “absolutamente procedentes e formei a minha convicção de que iriam matar Queiroz e iriam colocar um erro no presidente Bolsonaro para fazer um inferno na vida dele. Na verdade, seria uma fraude. Sempre parecido com o que tentamos fazer no caso Marielle, com aquela história do porteiro que mentiu.”

“Não há nenhum exercício regular de advocacia. Eu era advogado do Flávio, hoje não sou mais. Naquele momento, meu entendimento é o que eu gostaria de evitar que Fabrício Queiroz fosse executado em uma alteração qualquer ou mesmo que sumisse com seu cadáver”, complementou à Veja. 

Ele disse que, após a prisão, ele ligou para o presidente Bolsonaro para se desculpar, pedindo desculpas por “ter omitido” que Queiroz estava em sua casa. “Ele ficou bastante descontente com a minha atitude. Pedi desculpas. Não podia falar mais, me estender mais. Falei em algum momento para explicar toda a história. Quando ocorreu uma prisão do Fabrício Queiroz, entendi o que aconteceu na minha vida. Entendi, que vou virar alvo de todos os inimigos do governo, do presidente Bolsonaro, de toda a esquerda. Eu sabia o que seriamente usado pelos inimigos para atacar ou presidente Bolsonaro. Então, decida deixar o caso. O Flávio insistiu para que eu não deixasse, mas eu disse que continuasse, iria prejudicar-lo”, explicou Wassef. 

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