Em resposta a artigo publicado no Estado, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou ontem (SEXTA) o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o ex-chanceler Celso Amorim e o ex-embaixador do Brasil em Washington Rubens Ricupero. Eles foram chamados de “paladinos da hipocrisia” pelo atual chanceler, que também deu a entender que o trio defende “clichês globalistas”.
Os três foram autores, junto com Aloysio Nunes Ferreira, Celso Lafer, Francisco Rezek, José Serra e Hussein Kalout, de um texto crítico da orientação da política externa do Brasil, conduzida por Araújo. Todos já tiveram altos cargos de governo relacionados à área das Relações Exteriores.
“Além de transgredir a Constituição Federal, a atual orientação impõe ao País custos de difícil reparação como desmoronamento da credibilidade externa, perdas de mercados e fuga de investimentos”, escreveram.
Eles criticaram o voto brasileiro na ONU para que se ampliasse o embargo contra Cuba, a falta de apoio a questões relacionadas a discriminação por raça ou gênero e o “apoio a medidas coercitivas em países vizinhos”.
Araújo escreveu 12 tuítes para rebater o artigo e disse aplica “todos e cada um dos princípios constitucionais”.
No MRE hoje respeitamos e defendemos sem descanso os princípios constitucionais da Nação.
Independência nacional é soberania. Não deixamos organismos internacionais legislarem no lugar do nosso Congresso. Quem propõe “governança global” é que fere a Constituição Federal. — Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) May 8, 2020