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Política & Poder

Em pronunciamento Bolsonaro critica imprensa e pede fim de confinamento

O presidente criticou a imprensa por tratar o assunto com pânico e histeria

Redação Jornal de Brasília

24/03/2020 20h59

Foto: Agência Brasil

Em pronunciamento em rede nacional de TV nesta terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar em “histeria” em torno da pandemia do novo coronavírus e criticou o fechamento de escolas, entre outras medidas adotadas por governos e municípios. O mandatário voltou ainda a citar a cloroquina, remédio que ainda não tem a eficácia contra a nova doença, a covid-19. De acordo com dados oficiais atualizados nesta terça pelo Ministério da Saúde, o Brasil contabiliza 46 mortes e 2.201 casos confirmados, um aumento de 16,4% em um dia

“O que tínhamos que fazer naquele momento (no início das precauções) era o pânico, a histeria e, au mesmo tempo, traça a estratégia para salvar vidas e evitar o desemprego em massa”, afirmou. O presidente acusou a imprensa de ir na contramão e espalhar “a sensação de pavor, tendo como grande carro-chefe o grande número de vítimas na Itália, um país com um grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso”, criticou. Não existem ainda evidências científicas para suportar a teoria de que climas quentes podem ajudar a aplacar a doença.

Bolsonaro elogiou as ações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no planejamento estratégico de esclarecimento e atendimento no Sistema Único de Saúde. Ao se usar como exemplo, o presidente disse que, caso ele contraísse o coronavírus, ele não sentiria nenhum efeito dado o seu histórico de atleta. Bolsonaro viajou com ao menos 23 pessoas que receberam diagnóstico positivo para a doença. Há duas semanas, o jornal O Estado de S. Paulo pede os resultados dos seus exames para covid-19, mas não obtém resposta.

O mandatário criticou também algumas autoridades estaduais e municipais que “devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transporte, o fechamento dos comércios e o confinamento em massa”. Segundo ele, não há motivo para fechar escolas, uma vez que o grupo de risco é composto por, também, pessoas com mais de 60 anos. “São raros os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos”, disse.

Durante o pronunciamento, Bolsonaro voltou a ser alvo de panelaços nesta terça-feira, 24, em ao menos nove capitais do País: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Fortaleza e Porto Alegre.

Panelaço 

Durante o pronunciamento, Bolsonaro foi mais uma vez alvo de panelaços. Durante o terceiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão em 20 dias, moradores de vários bairros de São Paulo e Brasília voltaram a usar as panelas para protestar contra ele.

Na zona sul da capital paulista, moradores do Panamby fizeram protesto contra Bolsonaro e o panelaço, além dos gritos de “Fora, Bolsonaro”, continuou mesmo depois do fim do pronunciamento. Ainda na zona sul, moradores do Paraíso e da Saúde também bateram panelas.

Na Lapa, zona oeste da capital, além do panelaço, os manifestantes usaram vuvuzela e gritaram “Fora, Bolsonaro”. Também houve manifestações na Vila Madalena e Perdizes (na zona oeste) e Bela Vista e Santa Cecília (centro).

No litoral de São Paulo, moradores de Santos se manifestaram contra o governo. No Vale do Paraíba, houve manifestação ao menos em São José dos Campos.

Brasília

Vizinhos do presidente também aderiram aos atos. Barulhos de panelas foram ouvidos na Asa Norte, com “Fora, Bolsonaro”, e na Asa Sul.

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