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Política & Poder

Eliana Pedrosa diz que secretários terão prazo para mostrar serviço

Arquivo Geral

21/09/2018 8h18

Reprodução/Facebook/Eliana Pedrosa

Francisco Dutra
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Secretário que não mostrar serviço a cada dois meses pega o chapéu e deixa o Governo do Distrito Federal (GDF). Este é um dos principais compromissos da candidata Eliana Pedrosa (Pros). Na proposta de plano de governo, ela também promete aplicativos para monitorar o desempenho do serviço público e informar a população sobre hospitais e o transporte público. Para o combate à violência contra a mulher, garante a construção de duas delegacias especializadas, unificação de cadastro de agressões e um novo botão do pânico na tela do celular.

Como serão os aplicativos para controlar serviços públicos?
Nós queremos colocar vários aplicativos à disposição da população. Queremos chegar ao governo para ver o que já tem instalado e de que maneira nós podemos fazer a compatibilização com outros aplicativos que possamos trazer. Aplicativos que nós possamos instalar em todos os órgãos de governo para as pessoas avaliarem os serviços que estão sendo prestados. Acho isso extremamente importante. Nós temos que dar uma satisfação às pessoas aqui do DF, para aquelas que pagam impostos, até aquelas que não pagam ainda, por exemplo as crianças nas escolas e os jovens. Um aplicativo aonde você vai dizer se está sendo atendido ou se não está. Porque nós vamos instalar a meritocracia. Queremos que haja uma qualificação que esteja ligada à qualidade do serviço prestado.

Haverá gratificação para todas as áreas?
Vai ter uma remuneração extra, em todas as áreas. Nós vamos fazer uma revisão das gratificações existentes, para fazer uma composição de modo que a gente possa elevar um pouco a remuneração dos servidores e também tenhamos condições de adimplir esses pagamentos. Vamos colocar também aplicativos para que as pessoas possam saber onde encontrar um pediatra, quanto tempo leva de fila de espera na rede pública de Saúde. Fazer um check-in antes de chegar no hospital, na policlínica ou na UPA, para que ele já saiba on-line qual é o tempo de espera. Isso já existe em vários lugares aqui no Brasil. E na capital não vamos ter um aplicativo desses? Vamos facilitar a vida das pessoas.

Haverá para transporte?
Certamente: nós queremos que as pessoas saibam quanto tempo de espera terão nos pontos de ônibus. E nós vamos fazer essa exigência para as empresas. E vamos penalizar aquelas que não cumprirem os horários.

Então o que acontece com secretário que não tiver bom desempenho?
O secretário roda. Isso eu tenho conversado com todos os partidos coligados conosco. Para fazer as indicações, os nossos amigos que venham a nos ajudar nessa eleição têm que preencher pelo menos três requisitos: a competência para o cargo, o compromisso com o resultado e compromisso de trabalhar integrados às outras políticas. Então todos já sabem. Se não cumprir a produtividade, se não cumprir com a qualidade do serviço prestado, aí nós vamos trocar de secretário. Vamos trocar todos aqueles que estão dando causa àquele serviço que deixa de ser de qualidade.

Como?
Nós vamos analisar isso bimestralmente. Porque um mês você está medindo. No mês subsequente você está tratando esses dados e colocando em uma secretaria que nós vamos ter: a Secretária de Gestão Estratégica. Ela vai ter só essa missão e, isso é muito, de monitorar, medir e avaliar. E isso vai ser colocado à disposição da população.

A Ouvidoria será ligada ao seu gabinete?
Exatamente. É o compliance. Ainda é uma palavra um pouco distante para as pessoas. O que é o compliance? Você recebe uma denúncia e tem um prazo para apuração, para dar resultado, para informar o resultado para as pessoas. Tem a obrigação de informar sobre o andamento do processo. Não é aquela ouvidoria que você ouve: está sendo levantado o problema e nunca se sabe os passos que estão seguindo dentro do governo.

Pretende construir quantos hospitais? Quanto custarão?
São sete. Nós queremos fazê-los ao final dos quatro anos. Agora, primeiramente, nós vamos resolver os problemas das filas de cirurgia e de exame. Voltar os especialistas para os centros de saúde. Voltar a dar o atendimento pleno para os hospitais, as Upas. Porque você não pode levantar mais um prédio e não ter o que já existe sem funcionamento pleno. Então nós vamos colocar tudo funcionando e depois trabalhar na construção desses hospitais.

Quanto?
Nós temos o orçamento de investimento de R$ 1,7 bilhão anuais. Estou falando só do GDF, nós podemos trazer outras verbas de fora. Mas vou me concentrar no GDF. Isso ao longo de quatro anos. O custo hoje de um hospital de 100 leitos de média complexidade é mais ou menos em torno de R$ 125 milhões. Um Hospital do Câncer, com 100 leitos, mais ou menos uns R$ 200 milhões. Então nós vamos ter, mais ou menos, R$ 1,2 bilhão para construir os sete hospitais, em quatro anos. Então dá para cobrir. Só mostrar que em um ano, nós podemos construir. Mas nós temos construção, reformas de escolas…

Vai ter dinheiro para isso?
Tem, tem. Já fiz as contas. Você tem verbas do Governo Federal. Só de dívida ativa no DF você tem R$ 30 bilhões. Dá para pensar que se você negociar pelo menos 20% dela, você tem R$ 6 bilhões. Mas ainda não estou nem contando com isso. Hospitais, escolas, viadutos, a parte de pavimentação, isso nós vamos fazer com o dinheiro de investimento do previsto no orçamento do DF.

Quer retomar o programa Pão e Leite no modelo antigo?
Com certeza. Nós temos mais de 300 mil pessoas desempregadas. Também temos informações do Ministério do Desenvolvimento Social que houve um aumento das famílias em extrema pobreza. Então nós pretendemos levar para famílias que se enquadram o programa Pão e Leite. O que é? É você ter todo dia de manhã garantindo na mesa da família um pão para cada membro da família e um litro para cada quatro membros da família. Você sair de casa já com fome é muito triste.

Restaurantes comunitários?
Essa questão da segurança alimentar é preocupação de todo governante. São programas que não oneram muito o governo. Nós vamos procurar manter em um preço razoável.

É possível voltarem ao valor de R$ 1 para todos?
É. Mas temos que abrir o orçamento. Porque a medida que melhorar a eficiência na gestão, na arrecadação, haverá de sobrar para que a gente possa dar mais benefícios para aqueles que mais precisam. Nós precisamos trabalhar para que se tenha justiça social. Para diminuir a desigualdade.

Violência contra a mulher?
Nós combateremos com muito rigor. A Polícia Civil e a Polícia Militar estarão orientadas para agir com muito rigor. Para alcançar esse agressor, não apenas aquele matou, mas também aquele que espanca, violenta, que agride, mesmo que verbalmente. Olha nós vamos colocar mais duas Delegacias da Mulher. Queremos colocar uma na Ceilândia e outra em Sobradinho. Quero também aumentar em mais quatro a quantidade de Centros de Atendimento à Mulher que fica na Sedestmidh. Queremos fazer uma coisa importantíssima que é unificar os cadastros da mulheres que foram aos CRAs, hospitais, nos CREAs, na Polícia Civil e Militar. Na hora que começa a ter esse cadastro fica mais fácil de prevenir a violência contra a mulher. Porque antes daquele assassinato ela foi agredida anteriormente, foi ao hospital e não chegou a fazer ocorrência. Mas se você tem a informação, você vai começando a prevenir.

Foco na prevenção?
É focar na prevenção. Eu deixei uma lei do botão de pânico. Que o governo até agora não implementou. E acho que não vai ter mais botão. Vai ser um aplicativo, em que a mulher apenas com um toque vai tocar na Polícia Militar e na delegacia. Não é uma medida só.

Regularização?
Nós vamos reativar o Grupar para acelerar o processo de regularização. Porque já virou lenda não é? Hoje se regulariza a passo de tartaruga. E até então, a Terracap tem se preocupado mais em regularizar aqueles condomínios que estão em terra pública, do que aqueles que estão em terra privada. E nós vamos atacar as duas áreas.

Haverá combate contra novas invasões?
Olha você pode fazer cobertura por drone. Fazer esse mapeamento fotográfico do território e acompanhar diariamente. E você agir no início da situação. Não deixar construírem quadras e quadras, uma cidade inteira, para depois você dizer que não pode. Nós vamos jogar muito duro. Não apenas com o grileiro, mas também com aquele que tem que fazer a fiscalização, que não faz e depois derruba tudo.

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