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Política & Poder

Eduardo Bolsonaro diz que “o mais provável é a não permanência no PSL”

“O mais provável é a não permanência no PSL”, declarou o deputado, ao ser questionado

Lindauro Gomes

03/11/2019 19h46

Da Redação
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Após participar de uma marcha contra a legalização das drogas no País, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o filho “03” do presidente Jair Bolsonaro, disse neste domingo (3) que o caminho mais provável dele e de vários integrantes do partido, inclusive seu pai, é deixar o partido. Ressalvou, no entanto, que algumas conversas ainda podem ocorrer, se os ânimos serenarem. “O mais provável é a não permanência no PSL”, declarou ele, ao ser questionado.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo informou neste sábado, Bolsonaro enviou emissários para saber se o Partido Militar Brasileiro pode ser o seu destino, caso decida deixar a legenda pela qual foi eleito. A nova sigla é articulada pelo coordenador da bancada da bala, deputado Capitão Augusto (PL-SP), e está em fase final de criação, aguardando apenas o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Sobre a possibilidade de seguir para o Partido Militar Brasileiro, o deputado afirmou que vai seguir “o que o presidente determinar”. “As possibilidades estão todas abertas, seja a migração de partido, a criação de outros (partidos) ou até a permanência no PSL, caso a gente consiga serenar os ânimos ali dentro.”

Eduardo Bolsonaro contou que já foi notificado em relação ao processo disciplinar aberto pelo PSL e que vai apresentar a sua defesa “daqui a pouco”. Considerou, no entanto, que há ainda alguma chance de o processo ser retirado. “Já fui notificado, vou apresentar minha defesa daqui a pouco, mas pode também ser retirado o processo. É um dia após o outro. Se eles se acalmarem e a gente sentir que existe chance (de conversar)…”, acrescentou. Indagado se teria chances de seguir no PSL, o deputado observou que “o mais provável é a não permanência no PSL”.

Questionado se ainda haveria possibilidade de diálogo com o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), Eduardo Bolsonaro falou que conversou com o vice-presidente da legenda e advogado do partido, Antonio Rueda. “O advogado Rueda, que é ligado ao Bivar, é muito aberto. Conversei com ele na semana passada. Ainda que, porventura, venhamos a sair, precisamos dialogar, precisamos ter um termo comum para que seja o menos traumático possível.”

Jair Bolsonaro chegou a dizer que Bivar “estava queimado pra caramba”. O presidente também acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) para afastar Bivar do comando da sigla e suspender repasses milionários do Fundo Partidário ao PSL.

Em conversa com a imprensa, o deputado Eduardo Bolsonaro voltou a se defender das críticas recebidas por ter sugerido um novo AI-5 no caso de uma radicalização da esquerda no Brasil. “Qualquer pessoa com dois neurônios conseguiu entender o que eu falei ali, só os opositores que querem se aproveitar para dizer que eu tenho alguma coisa autoritária”, disse.

“Eu não falei de resgatar AI 5. Falei sobre a possibilidade de uma medida enérgica. Talvez tenha sido infeliz por citar o AI-5. Se eu não tivesse citado o AI-5, não teria tido essa polêmica toda. No entanto, vão perguntar ao deputado Humberto Costa (senado do PT-PE) se ele quer realmente colocar fogo no Brasil, como ele quer fazer isso? Vão perguntar aos deputados do PT, como eles querem fazer essas ditas manifestações?”

Questionado que medidas poderiam ser tomadas, o deputado lembrou que o presidente da República citou, por exemplo, a análise de uma nova lei contra terrorismo. “O espaço é esse. Tem um projeto de lei na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), que foi pautado e retirado de pauta, do líder Major Vitor Hugo”, sinalizou ele, citando que está prevista a realização, neste mês de novembro, de um seminário, coordenado pelo deputado sargento Gurgel para discutir o tema ainda este mês de novembro.

Sobre a gravação que o presidente disse no sábado que teria pegado no condomínio, e que gerou reação da oposição que acusou Bolsonaro de obstrução de justiça, o parlamentar disse que “o presidente tem direito de se defender”. Em seguida, passou a atacar a TV Globo. “Quem está apelando contra o presidente é a Rede Globo, que fez uma canalhice de 15 minutos, expondo o presidente e tentando ligar a morte de Marielle Franco a ele, com um fato que não é verdade, mesmo ele, naquele dia que ele estava em Brasília”, acrescentou.

O presidente também fez críticas à emissora no último sábado em pelo menos duas ocasiões. A emissora não se manifestou.

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