Um dos donos da Gol, o empresário Henrique Constantino, revela em delação premiada homologada pela Justiça Federal em Brasília, os bastidores das propinas pagas a políticos de alto escalão, principalmente do então PMDB.
Constantino em conversas via WhatsApp com o operador do PMDB, Lúcio Funaro, usava expressões relacionadas a compra de bilhetes aéreos na tentativa de camuflar os pagamentos.
No primeiro dia de agosto de 2013, o empresário pede ao operador emedebista:
“Você pode me mandar os dados da pessoa para a reserva da poltrona? Favor mandar para mim na Funchal. Abs.”
A resposta não tardou:
“Recebeu a lista com o nome dos passageiros que te mandei?” Perguntou Funaro.
A resposta foi positiva por parte do dono da Gol:
“Recebi. Assim que concluir as reservas, te passo o localizador e a taxa de câmbio. Abs.”
O operador do MDB também fez acordo de delação premiada com o Ministério Público, há dois anos, e delatou os repasses de propina de Constantino.
O empresário relatou o pagamento de propina a integrantes do MDB e apontou o ex-presidente Michel Temer como um dos beneficiados do esquema. Constantino se comprometeu com a Justiça a pagar indenização de R$ 70 milhões aos cofres públicos.
As informações são do jornal O Globo e confirmadas pelo Jornal de Brasília.