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Política & Poder

Desemprego vai aumentar em 2021 com maior busca por vagas, diz secretário

O motivo para a discrepância, disse ele, estaria na metodologia usada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que tradicionalmente considera como desempregado somente quem está, de fato, procurando trabalho

Marcus Eduardo Pereira

28/10/2020 19h15

Sevretário ADOLFO SACHSIDA secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, cargo que tem uma importância crucial na determinação da agenda econômica do país. | Sérgio Lima/Poder360 09.jan.2020

FÁBIO PUPO
BRASÍLIA, DF

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta quarta-feira (28) que os dados de desemprego devem mostrar elevação em 2021 refletindo a maior busca por trabalho com a reabertura de atividades.

Segundo ele, os números devem aumentar mesmo que haja avanço em contratações. O motivo para a discrepância, disse ele, estaria na metodologia usada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que tradicionalmente considera como desempregado somente quem está, de fato, procurando trabalho.

“Muitas pessoas perderam emprego e não estavam procurando porque a cidade estava fechada. Então as pessoas estavam desempregadas, mas não apareciam na pesquisa”, afirmou em encontro virtual com representantes do banco Safra transmitido pela internet.

“No ano que vem vai acontecer o oposto, o desemprego real vai cair mas as variáveis vão subir”, disse. “A economia reabre, as pessoas passam a procurar emprego, algumas vão encontrar e, por isso, o desemprego real cai. Mas, como tem mais gente procurando, a variável taxa de desemprego vai aumentar”, afirmou.

A busca por vagas já está sendo registrada nos dados. A taxa de desemprego subiu de 13,6% em agosto para 14% em setembro, a maior da série histórica da Pnad Covid, pesquisa criada pelo IBGE para mensurar os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e a saúde dos brasileiros.

De acordo com os técnicos do IBGE, o crescimento ocorre em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações, quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho.

Sachsida lembrou que uma das estratégias do governo para limitar o número de demissões no país foi o programa que permitiu cortes de jornada e salário ou suspensão de contratos de trabalho.

O plano do governo é que o programa sirva somo um respiro para as empresas enquanto as atividades sejam retomadas após os efeitos mais severos da pandemia do coronavírus no país.

Sachsida afirmou que números calculados por ele e sua equipe apontam que o país vai chegar ao fim do ano com o mesmo nível de distanciamento social observado em fevereiro, antes da chegada da pandemia ao país.

“Quando olhamos dados de distanciamento social, nossas projeções indicam que em meados de dezembro deste ano vamos retomar o padrão de distanciamento social de fevereiro”, afirmou.

Para fazer as declarações, ele afirmou que sua equipe encontrou uma correlação histórica entre um clima mais quente (que será observado no Brasil no fim do ano) e a maior circulação de pessoas. Além disso, ele afirma que diferentes estados estariam próximos a uma imunidade de rebanho caso seja considerado uma taxa de infecção de 20% da população.

Os dados levantados pela pasta, segundo ele, não servem para traçar políticas de saúde, mas indicam que poderia haver um retorno seguro ao trabalho no fim do ano.

No entanto, Sachsida não comentou (e não foi questionado pelos demais participantes da live) sobre a possibilidade de novas ondas de Covid-19 no país, a exemplo do que ocorre atualmente em países da Europa.

O avanço da doença em países como França e Alemanha, que adotaram novas medidas de restrição de circulação, derrubou as principais bolsas do mundo nesta quarta por causa dos temores com o crescimento nos números da doença e novos impactos para a economia.

Durante o evento, Sachsida ainda disse que o governo trabalha para desenvolver o mercado de crédito de carbono e para impulsionar o mercado de crédito e seguro privado para o agronegócio.

As informações são da FolhaPress

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