Willian Matos
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Segundo depoimentos obtidos pelo site The Intercept Brasil e analisados em conjuntos com a Folha de S.Paulo, um delator da Lava Jato teria dito que lavou milhões de reais para o Grupo Silvio Santos. O operador financeiro Adir Assad teria cometido o crime através de contratos fraudados de patrocínios esportivos.
Os contratos teriam utilizado a Liderança Capitalização, empresa que comercializa a Tele Sena. As afirmações estariam em anexos do acordo de colaboração premiada firmado com integrantes da Lava Jato.
Segundo teria dito Assad, o esquema funcionava em dois tempos. No fim dos anos 1990, o operador teria firmado contratos superfaturados de patrocínio entre as empresas e pilotos de corrida, como a Fórmula Indy, movimentando R$ 10 milhões. O operador teria relatado que o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) precisava fazer um caixa paralelo, sem informar o porquê.
Assad já se relacionava com Guilherme Stoliar, que hoje é presidente do Grupo Silvio Santos.
A segunda fase teria começado após um acerto feito com Daniel e Henrique Abravanel, sobrinho e irmão de Silvio Santos, respectivamente. A partir de meados dos anos 2000, Assad teria feito contratos de imagem e de patrocínio na Fórmula Truck e transferido aos esportistas uma pequena parte dos valores contratados. O restante seria devolvido ao SBT.
Segundo documento elaborado na delação, a empresa responsável pela Tele Sena teria pagado ao menos R$ 19 milhões para uma das firmas de Assad, a Rock Star, de 2006 a 2011.
Procurados pela Folha, o SBT e o Grupo Silvio Santos afirmaram que, “por desconhecerem o teor da delação” de Adir Assad, não podem se manifestar a respeito.