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Política & Poder

‘Decisão que libertou André do rap é lamentável’, diz Doria

Preso havia pouco mais de um ano, André Oliveira Macedo, o André do Rap, teve seu pedido de habeas corpus atendido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal

Redação Jornal de Brasília

14/10/2020 14h37

Imagem: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

O governador João Doria (PSDB) classificou como “lamentável” a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que libertou André Oliveira Macedo, o André do Rap, e afirmou que está confiante no julgamento que ocorre na tarde desta quarta-feira, 14, no plenário da Corte.

“Estou confiante na decisão que o Supremo deverá chegar hoje à tarde. Será uma decisão seguramente justa. Quero reafirmar que fico indignado quando um criminoso condenado duas vezes em segunda instância é libertado por uma decisão monocrática de um juiz do STF. A imagem deste criminoso saindo de um presídio de segurança máxima pela porta da frente é um deboche à opinião publica e à polícia de São Paulo e também àquelas pessoas que acreditam que o crime deve ser condenado e criminosos devem cumprir a pena na cadeia. A polícia de São Paulo levou meses pra chegar a este chefe do PCC. É lamentável que um líder do PCC tenha sido libertado por um magistrado experiente”, disse.

Preso havia pouco mais de um ano, André Oliveira Macedo, o André do Rap, teve seu pedido de habeas corpus atendido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, na última sexta-feira, 9. A decisão foi suspensa no dia seguinte pelo ministro Luiz Fux, mas o homem forte do Primeiro Comando da Capital (PCC) já havia deixado a Penitenciária de Presidente Venceslau e está foragido. O plenário do STF deve julgar nesta quarta-feira o caso.

Nesta terça, 13, a Polícia Civil de São Paulo incluiu André do Rap em sua lista de mais procurados. O traficante também teve o nome incluído na lista de procurados do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Polícia Federal também pediu a inclusão dele na difusão vermelha da Interpol.

Doria já havia usado redes sociais para criticar a decisão de Marco Aurélio e elogiar o presidente da Corte, Luiz Fux. Na ocasião, o governador disse que a liminar causa ‘perplexidade’ e afirmou que a determinação foi um ‘ato de desrespeito’ com o trabalho da Polícia de São Paulo e demonstrou ‘uma condescendência inaceitável com criminosos’. Ele também já havia pedido que o Congresso faça alterações na lei anticrime para manutenção de prisões preventivas. Entendo que o Congresso também deve tomar medidas para alterar o projeto aprovado pelo presidente Bolsonaro, que precisa ser revista, para que isso não mais aconteça.

No final de semana, a Secretaria de Segurança de São Paulo informou que colocou policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) em busca de André do Rap.

“Ele não ficou na sua casa esperando que a polícia voltasse à sua porta. Ele foi para Maringá, depois se dirigiu a outra cidade e aparentemente, ao pegar um jatinho, foi para o Paraguai, Bolívia ou Colômbia. A polícia de São Paulo acionou a Polícia Federal. E a PF acionou a Interpol e ele está entre os mais procurados. E juntas as polícias daqui estão tratando de reencontrá-lo, e com colaboração da Interpol, vamos colocá-lo numa prisão de segurança máxima”, disse Doria.

André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros 10 suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele foi preso em 15 de setembro de 2019, após passar cinco anos foragido. À época, ele foi encontrado pela polícia em uma mansão em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense.

Estadão Conteúdo

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