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Política & Poder

Covas: ‘Lava Jato municipal’ não seria subordinada à Prefeitura

O candidato também reiterou críticas que fez a Boulos. A campanha de Covas chegou a afirmar que São Paulo será governada por “um partido só” caso Boulos vença

Redação Jornal de Brasília

26/11/2020 12h04

Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), detalhou sua proposta de criar uma “Lava Jato municipal” caso venha a ser eleito para um segundo mandato na eleição do próximo domingo, 29 Em entrevista à Rádio Eldorado, o candidato à reeleição disse que o objetivo é aumentar a transparência e a participação popular na fiscalização municipal, mas que a estrutura seria formada por voluntários e não estaria subordinada à Prefeitura.

Questionado sobre o que seria a “Lava Jato municipal” e a diferença para os mecanismos de controle já existentes, Covas esclareceu que a medida busca uma ação externa, que não demanda uma nova estrutura na cidade e nem será controlada por um partido ou político específico.

“É buscar uma ação externa, que não seja uma estrutura da Prefeitura, porque a gente já tem a Controladoria, o Tribunal de Contas, a Câmara Municipal. A gente já tem os órgãos próprios. São pessoas de fora que poderiam ajudar a olhar os contratos. Nenhuma estrutura a ser criada na Prefeitura de São Paulo para isso, mas com advogados, especialistas, que possam, de forma voluntária, ajudar e colaborar, orientando e buscando soluções ( ..). Não há a criação de nenhuma estrutura nova a ser controlada pelo partido ‘A’ ou pela candidata ‘B'”, disse Covas.

Dono da maior coligação durante o primeiro turno – ampliada com as declarações de apoio após a definição do 2º turno -, o tucano também afirmou que não há nenhum acordo prévio sobre a distribuição de cargos no governo entre os partidos. Entretanto, afirmou que, se sair vencedor, a decisão sobre os nomes dos novos secretários e subprefeitos será feita em conjunto com as siglas.

“Eu não fiz nenhum loteamento de futuro governo(…). Você não pode lotear um governo que não existe. Passada a eleição, nós vamos conversar com os partidos que nos apoiaram, verificar se eles têm nomes preparados, capacitados. Não adianta a gente achar que só o meu partido político tem nomes preparados. A gente tem um programa de governo. Quem tiver compromisso com esse programa de governo, capacidade, honestidade, não tem nenhum problema de fazer parte da gestão”, disse. “Os diferentes também prestam. Não tem como a gente fazer um governo que seja sectário, voltado exclusivamente às pessoas do meu partido.”

O candidato também reiterou críticas que fez à candidatura do seu rival, Guilherme Boulos (PSOL). Em uma peça publicitária, a campanha de Covas afirma que São Paulo será governada por “um partido só” em caso de vitória de Boulos. Entretanto, o candidato adversário já recebeu apoios de vários partidos, como PT, PDT, PCdoB, PSB e Rede. Perguntado se a campanha exagerou na afirmação, o prefeito disse que considerava que todas as siglas defendiam “um projeto só”.

“Eu acho que é um projeto só, né? Até porque são projetos muito parecidos, portanto acho que a crítica vale. Acho que é muito mais relacionado [o material de campanha] ao projeto de poder enviesado, que eu acho que não cabe na cidade de São Paulo, que é uma cidade ampla, diversificada, diversa, em que é preciso conversar com direita, esquerda, centro e reconhecer que a gente tem bons nomes em todos os pontos”, afirmou.

Estadão Conteúdo

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