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Política & Poder

Conib repudia comparação de Weintraub entre ação da PF e Noite dos Cristais

Noite dos Cristais é o nome dado aos ataques de nazistas contra judeus ocorrido na Alemanha Nazista em novembro de 1938. Declaração do ministro provocou a reação de entidades

Willian Matos

28/05/2020 8h20

WEINTRAUB

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) se manifestou contra as falas do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na quarta-feira (27). Após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão contra bolsonaristas, Weintraub disse que a ação ficará conhecida como a “Noite dos Cristais brasileira”.

Noite dos Cristais é o nome dado aos ataques nazistas a judeus na Alemanha Nazista, ocorridos nos dias 9 e 10 de novembro de 1938. O ato de violência matou 6 milhões de judeus. Na ação da PF, ninguém foi sequer preso.

Mesmo assim, Weintraub comparou as duas ações, demonstrando revolta contra a PF. “Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? Sieg Heil”. Sieg Heil é uma expressão alemã usada no período nazista e significa “viva a vitória!”.

https://twitter.com/AbrahamWeint/status/1265684874641518592

Repúdio

Após a declaração, a Confederação Israelita do Brasil emitiu uma nota classificando a declaração de Weintraub como “totalmente descabida e inoportuna”. “Não há comparação possível entre a Noite dos Cristais, perpetrada pelos nazistas em 1938, e as ações decorrentes de decisão judicial no inquérito do STF, que investiga fake news no Brasil”, alega a Conib. Veja a nota na íntegra:

“Não há comparação possível entre a Noite dos Cristais, perpetrada pelos nazistas em 1938, e as ações decorrentes de decisão judicial no inquérito do STF, que investiga fake news no Brasil. A Noite dos Cristais, realizada por forças paramilitares nazistas e seus simpatizantes, resultou na morte de centenas de judeus inocentes, na destruição de mais de 250 sinagogas, na depredação de milhares de estabelecimentos comerciais judaicos e no encarceramento e deportação a campos de concentração. As ações do inquérito, por sua vez, se dão dentro do ordenamento jurídico, assegurado o direito de defesa, ao qual as vítimas do nazismo não tinham acesso. A comparação feita pelo ministro Abraham Weintraub é, portanto, totalmente descabida e inoportuna, minimizando de forma inaceitável aqueles terríveis acontecimentos, início da marcha nazista que culminou na morte de 6 milhões de judeus, além de outras minorias.”

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