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Política & Poder

Candidato de Bolsonaro na Câmara, Lira investe em reduto de Doria e diz ter maioria em SP

Lira, candidato apoiado pelo presidente Bolsonaro, está percorrendo o país em campanha e chegou à capital paulista na quarta (20)

Redação Jornal de Brasília

21/01/2021 15h01

Foto: Agência Brasil

Carolina Linhares
São Paulo, SP

O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, afirmou nesta quinta-feira (21) ter o apoio da maioria dos deputados de São Paulo, apesar de o governador João Doria (PSDB) apoiar seu adversário na disputa, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP).

“São Paulo está do nosso lado. Quem vota na eleição da Câmara são os deputados. Os governadores, eu respeito institucionalmente, cada um pode tomar a sua posição, mas a campanha é feita internamente”, afirmou Lira, que criticou o adversário. “Minha campanha é a proposta do nós, acabando com a centralização da pauta e a governabilidade do eu.”

Lira, candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está percorrendo o país em campanha e chegou à capital paulista na quarta (20), quando jantou com 43 deputados federais de São Paulo e outros 31 de outros estados. Estavam presentes ainda os presidentes de seis partidos –PSD, PP, PL, Podemos, Avante e Republicanos.

Nesta quinta pela manhã, o deputado teria reunião com o prefeito Bruno Covas (PSDB), apesar do apoio de Doria e do PSDB a Baleia. O encontro, no entanto, acabou cancelado por conflito de agendas. Lira teve uma reunião com representantes do mercado financeiro e falou com Covas apenas por telefone.

Segundo tucanos, o contato com o prefeito ocorre por questão institucional e de educação. Para aliados de Doria, Lira busca votos em São Paulo porque o estado tem a maior bancada do país, com mais de 70 parlamentares.

O deputado falou à imprensa após palestra na Associação Comercial de São Paulo, onde esteve acompanhado de cerca de 20 deputados. Também estavam presentes o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD e ex-secretário de Doria, e o secretário municipal da Casa Civil, Ricardo Tripoli (PSDB), representando Covas. Kassab já declarou seu apoio a Lira.

Também nesta quinta a Mesa Diretora da Câmara deu aval para que o PSL ingresse no bloco de Lira. O partido declarou apoio a Baleia, mas enfrenta uma rebelião de deputados, a maioria bolsonarista, que endossam Lira. Após brigas internas, os apoiadores do deputado do PP conseguiram formar maioria na bancada do PSL para formalizarem a adesão ao bloco.

A investida de Lira em São Paulo ocorre após gesto de Doria a favor de Baleia. Na sexta (15), o governador ofereceu ao emedebista um almoço que reuniu cerca de 20 parlamentares e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (MDB-RJ), no Palácio dos Bandeirantes.

Após o almoço, Doria concedeu entrevista à imprensa para declarar seu apoio a Baleia. Na ocasião fez duras críticas a Bolsonaro e afirmou que a escolha entre o emedebista e Lira “é a disputa entre a defesa democrática e a ameaça a democracia”.

Em entrevista nesta quinta, em meio à pressão sobre Bolsonaro por causa da omissão no combate à pandemia, Lira pregou harmonia entre os Poderes.

“O Brasil não precisa e não aguenta mais acotovelamentos, nem disputas, nem brigas. […] Nossas propostas são voltadas para que a gente harmonize essa situação, mantenha sempre a independência do poder, a altivez , os limites constitucionais. […] É imprescindível que se trabalhe para tranquilizar o ambiente”, afirmou.

“O Brasil precisa parar de brigar. Cada Poder tem que cumprir a sua missão. […] Temos a obrigação de não politizar a vacina, temos que trabalhar de bombeiro, praticamente, para reatar situações que podem ter sido conflituosas”, completou.

Lira também comentou a nota da PGR (Procuradoria-geral da República) em que o procurador-geral, Augusto Aras, afirma que compete ao Congresso Nacional a responsabilização de integrantes da cúpula dos Três Poderes por eventuais ilícitos no combate à Covid-19.

“A responsabilização de quem não cumpre sua obrigação acontece em diversas escalas de poder. […] A Câmara e o Senado têm a obrigação de fiscalizar. Como é também função do Ministério Público, que muitas vezes exagera um pouco nas suas atividades, nas suas atribuições, mas cumpre seu papel constitucional”, disse Lira.

O deputado afirmou, porém, citando a situação de Manaus, que não é o momento de encontrar culpados, mas sim de resolver o problema da pandemia.

A respeito do auxílio emergencial, Lira afirmou defender que o Congresso vote o Orçamento e discuta uma PEC emergencial para dar condições ao governo federal de estabelecer o benefício respeitando o teto de gastos.

Segundo Lira, um auxílio provisório poderia ser pago por dois ou três meses até que o Congresso aprovasse um programa permanente.

As informações são da FolhaPress

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