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Política & Poder

Câmara Legislativa tem dia de debate sobre a luta LGBTI+

Combate ao racismo e protagonismo da população LGBTI+ contra o fascismo marcaram seminário realizado pelo deputado Distrital Fábio Felix

Redação Jornal de Brasília

29/06/2020 19h07

O 2º Seminário LGBTI+ da Câmara Legislativa do DF discutiu, nesta segunda-feira (29), a história de luta da população LGBTI+ por mais direitos e o protagonismo de lésbicas, pessoas trans e não-binárias, gays e bissexuais no enfrentamento do racismo e do fascismo. 

A iniciativa foi do deputado Distrital Fábio Felix (PSOL) e reuniu ativistas, especialistas, gestoras e gestores para definir a articulação de uma agenda transversal com a finalidade de combater o preconceito e promover a cidadania de LGBTIs.

A onda mundial de protestos e de mobilizações antirracistas deram tom ao debate, que propôs reflexões sobre o papel das LGBTIs na luta contra o racismo e em defesa da democracia. “Vivemos um momento muito difícil da conjuntura brasileira porque temos um governo de extrema-direita que trabalha para desmontar todas as políticas públicas que conquistamos. Se a população LGBTI+ não entender a importância de lutar contra o racismo, não entendemos nada de enfrentamento às estruturas de opressão que vivemos na sociedade”, declarou o deputado Distrital Fábio Felix.

“Precisamos nos abraçar mais nesses tempos de pandemia. Precisamos unir todas as vozes para construirmos uma sociedade mais justa e mais igualitária”, destacou Paula Bennet, coordenadora de Diversidade LGBTI+ da Secretaria de Justiça. Durante a mesa de abertura do Seminário, a deputada Federal Érika Kokay (PT) também salientou a importância da luta em prol da cidadania LGBTI+. “O fascismo se alimenta da falta de esperança, mas nós temos muita esperança. O Brasil sedia as maiores manifestações pela busca de direitos LGBTIs do mundo com as Paradas. Mas precisamos avançar na legislação e na garantia de direitos”, reforçou.

Luta antirracista, contra a LGBTFobia e em defesa da Democracia

Durante a manhã, especialistas discutiram a importância da convergência entre a luta da negritude com o movimento LGBTI+. Danielle Sanchez, que é assistente social e assessora do Gabinete 24, mediou o debate. Wanderson Flor do Nascimento, ativista e professor da UnB, a psicóloga e escritora Jaqueline Gomes de Jesus e a coordenadora da pasta de mulheres e gênero do DCE da UnB, Madu Krasny, apresentaram suas reflexões e análises.

“O fato de estarmos apenas no 2º Seminário LGBTI+ da CLDF dá uma ideia dos apagamentos, de como estar nessa Brasília idealizada interpõe na prática o problema do racismo e da LGBTfobia na construção das histórias”, afirmou Jaqueline Gomes. “É impossível pensar em qualquer forma de justiça ou democracia que sustente qualquer possibilidade de exclusão. Foi essa democracia que conviveu muito tempo com a escravidão e exclusão das LGBTIs. Defendemos uma democracia que esteja comprometida de fato na defesa do mundo plural”, complementou o professor Wanderson do Nascimento.

À tarde, a discussão girou em torno da defesa da democracia durante o avanço de intenções fascistas no Brasil. O deputado Fábio Felix foi o mediador do debate, que contou com a participação da co-deputada estadual Érika Hilton (PSOL/SP), da vereadora Bella Gonçalves (PSOL/MG), da ativista trafeminista Lucci Laporta e dos ativistas Michel Platini e Gustavo Belisário.

“Estamos diante de um processo revolucionário que faz com que a extrema-direita responda nossa organização com a retirada de direitos. Essas são demonstrações explícitas de que estamos caminhando por um mundo possível”, declarou Erika Hilton. Bella Gonçalves destacou a importância da representatividade nos espaços de poder. “Nós queremos construir uma democracia onde a maioria, na sua diversidade, possa se expressar enquanto maioria política”.

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