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Política & Poder

Bolsonaro volta defender legalização de garimpos em terras indígenas

O presidente afirmou que a proposta ainda está em análise pelo Ministério de Minas e Energia, mas deve ser encaminhada ao Congresso em breve

Aline Rocha

27/08/2019 12h35

O presidente Jair Bolsonaro durante encontro com indígenas em Manaus.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta terça-feira, 27, a legalização do garimpo em terras indígenas. Ele falou durante a reunião com governadores dos Estados da Amazônia Legal que o tema ainda está em andamento no Palácio do Planalto. “Não podemos viver como pobres pisando em terras riquíssimas. (…) Queremos incluir de verdade o índio na nossa sociedade, grande parte deles quer isso aí. Hoje se o garimpo é ilegal, queremos legalizar. Mas temos que ouvir o Parlamento, não vou assinar nada sozinho”, disse.

O presidente afirmou que a proposta ainda está em análise pelo Ministério de Minas e Energia, mas deve ser encaminhada ao Congresso em breve. Bolsonaro destacou ainda que, para ele, a região Norte é a mais rica do País e que é preciso encontrar meios de explorar a região.

Ele reclamou novamente do presidente francês Emmanuel Macron, mas disse não ser contra o diálogo com a França. Bolsonaro também afirmou que o Brasil está “ganhando a guerra com apoio dos governadores” para mostrar o potencial da região amazônica.

Demarcação de terras

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 27, ao encerrar a reunião com governadores da região Amazônica, que há uma pressão internacional para demarcação de terras indígenas e quilombolas no Brasil. “Se eu demarcar agora, pode ter certeza que o fogo acaba em cinco minutos”, disse. O presidente, no entanto, não apresentou provas da suposta influência estrangeira nos incêndios.

Bolsonaro afirmou que a destinação de terras para estes fins e também a criação de parques nacionais está levando o País à “insolvência” e que os recursos do Fundo Amazônia “têm um preço”

O presidente contou que a “indústria da demarcação de terras” ocorreu logo após o governo Sarney, na década de 90, e citou como principal ação da época o estabelecimento das terras dos ianomâmis pelo governo Collor. Elas ocupam hoje áreas do Amazonas e de Roraima.

“É um absurdo o que falam a nosso respeito. Até porque o Amazonas é o Estado que tem menos focos de incêndio, até pela umidade, condições climáticas. Tem mais em outros Estados onde o agronegócio e a pecuária chegou sem transgredir. Perguntei ontem para quem trata desse assunto aqui que uma fogueira de São João é detectada pelo satélite como foco de incêndio” disse, para, na sequência, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explicar que os satélites identificam as fogueiras como foco de calor. “Isso, foco de calor. Então até isso usam. O que fazem não é contra eu (sic), é contra o Brasil”, disse.

Bolsonaro determinou ainda que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, converse com os nove governadores da região para formatar o pacote de medidas apresentado pelos gestores locais e, posteriormente, enviar as medidas ao Congresso.

Estadão Conteúdo

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