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Política & Poder

Bolsonaro vai a evento por igualdade para mulheres no campo, mas não discursa

No evento, que ocorreu no Palácio do Planalto, fizeram pronunciamentos as duas únicas ministras mulheres do governo, Damares Alves (Mulher, Família, Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura)

Redação Jornal de Brasília

29/07/2020 18h00

O presidente Jair Bolsonaro participou, na tarde desta quarta-feira, 29, do lançamento de uma campanha do governo federal por igualdade de direitos para as mulheres que trabalham no campo, mas não discursou sobre o assunto. A campanha ‘Mulheres Rurais, mulheres com direitos’ busca dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes que vivem e trabalham em um contexto de desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais.

No evento, que ocorreu no Palácio do Planalto, fizeram pronunciamentos as duas únicas ministras mulheres do governo, Damares Alves (Mulher, Família, Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura), e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Está passada a hora de as mulheres terem os seus direitos reconhecidos, e principalmente as mulheres do campo, aquelas que são mais vulneráveis”, disse a ministra Tereza Cristina. “Neste mundo ainda tão masculino, precisamos cada vez mais evidenciar e fortalecer o papel das mulheres do campo na transformação da nossa sociedade.”

A ministra destacou que as mulheres rurais têm menos acesso à crédito financeiro, tecnologia, mecanização, assistência técnica e ao cooperativismo. “Isso representa um potencial econômico perdido, ministro Paulo Guedes, por isso é tão importante essas linhas de crédito para possibilitar a melhoria de vida dessas mulheres. Empoderar as mulheres rurais, portanto, é promover o crescimento e a produtividade da agricultura”, defendeu.

Tereza também falou sobre a questão da política ambiental, criticada no Brasil e no exterior, ao dizer que “a busca da sustentabilidade tem sido o nosso caminho na agropecuária”. “Sabemos que a preservação ambiental e a produção de alimentos são complementares, podem e devem andar juntas”, declarou.

De acordo com a Agricultura, a campanha lançada nesta quarta é uma iniciativa promovida pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a colaboração de entidades governamentais, organizações da sociedade civil e empresas privadas de toda a América Latina que buscam “reconhecer a liderança, as capacidades e as necessidades das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes da região”.

Dados da FAO indicam que atualmente 60 milhões de mulheres vivem em zonas rurais da América Latina e do Caribe e parte delas têm papel central na produção e abastecimento de alimentos. No entanto, muitas delas enfrentam sérias limitações para acessar recursos produtivos, como terra, água, insumos agrícolas, financiamento, seguro e treinamento, além de várias barreiras para colocar seus produtos no mercado.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente 19% das propriedades rurais no Brasil são dirigidas por mulheres. Dos 5 milhões desses estabelecimentos, quase 1 milhão conta com mulheres no comando. Os dados são do Censo Agropecuário de 2017.

Estadão Conteúdo 

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