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Política & Poder

Bolsonaro: ‘Se usar ministério para eleição, é cartão vermelho’

“No momento, tenho três “supremáveis”. Não vou falar os nomes deles, certo? Pode ser que apareça um quarto”. Disse o presidente ao falar sobre o STF

Redação Jornal de Brasília

06/02/2020 10h38

O presidente Jair Bolsonaro promete dar um “cartão vermelho” a ministros que usarem o cargo e as ações de suas pastas para se promover eleitoralmente. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Estado nesta quarta-feira, 5, após cerimônia que marcou os 400 dias de seu governo no Palácio do Planalto.

Bolsonaro afirmou que sua prioridade neste ano é fazer uma reforma tributária que “em 30 anos nunca foi feita”. “Não importa quem vai ser o pai da criança”, disse, fugindo da disputa entre Câmara e Senado sobre qual das propostas será aprovada.

Ao comentar a possibilidade de fazer uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente afirmou que, caso reeleito, poderá ter vaga para todos os ministros cotados, inclusive o ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Dá para os três e mais um.”

Qual é o balanço dos 400 dias de governo?

Eu sabia que não ia ser fácil, mas temos também realizações. Dependemos em grande parte do Parlamento, em parte estamos sendo atendidos.

Qual será a marca do segundo ano de governo?

Muita coisa já aconteceu. Os números estão aí para mostrar: economia, combate à violência, concessões, abertura do comércio para o mundo. Temos a reforma tributária conduzida pela equipe econômica – e não importa quem vai ser o pai da criança, se a Câmara ou o Senado. Eu quero é fazer depois de 30 anos uma reforma tributária que nunca foi feita.

No momento, tenho três “supremáveis”. Não vou falar os nomes deles, certo? Pode ser que apareça um quarto.

Os ministros… (interrompe a repórter antes de citar Moro, o advogado-geral da União, André Mendonça, e o chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira)

Não vou responder. Agora, se eu for reeleito, vamos ter um total de quatro vagas. Dá para os três e mais um.

Acho que não vai para frente. (Pela proposta) eu não escolheria um nome da lista tríplice, quem vai escolher é o Senado. Está bem claro no projeto que um nome sairia da OAB. Imagina quem vai sair da OAB? Pelo amor de Deus! A regra não pode mudar com o jogo andando. Haveria reação da sociedade.

Outra pergunta.

Outra pergunta.

Não. Tudo o que tiver que mudar em ministérios será mudado na hora certa e se tiver que mudar. Nós já mudamos quatro ministros.

Todos as pessoas que estão próximas a mim têm minha confiança e dou a liberdade para me alertarem. O meu principal conselheiro é a minha humildade.

Se algum ministro quer ser eleito, que abra o jogo. E se, porventura, estiver usando ministério para seu respectivo Estado, vai pegar um cartão vermelho de primeira. É cartão vermelho na hora. Tem que trabalhar aqui para o Brasil como um todo. Não estou vendo movimentação por parte de nenhum ministro para ser vereador ou prefeito neste ano. É direito deles, mas usar o ministério não posso admitir.

Você não me viu em nenhum momento dizer que vou apoiar qualquer pessoa.

Venho conversando com o Datena, ele pretende (se candidatar a prefeito de São Paulo).

A conversa tem sido com o ministro das Minas e Energia (Bento Albuquerque) e com o presidente da Petrobrás (Roberto Castello Branco). Há uma pressão para cima de mim, como se eu fosse o responsável pelo preço final.

O ICMS tem que ser um valor fixo no preço do combustível ou um porcentual em cima do preço da refinaria. Agora, os governadores não querem perder a receita e tem esse joguinho aí. Pelo menos, está servindo para a gente mostrar quem é que ganha dinheiro em cima do combustível. Tem um lobby muito forte também dos transportadores, refinaria, distribuidores…

Vamos falar de coisa séria? Não vem me falar desse nome do governador de São Paulo para mim, não. Pergunte se ele sabe o que é “Bolsodoria” (slogan usado pelo tucano na campanha) e se o autorizei a usar alguma vez na vida. Esquece.

Problema é deles (governadores). Não estão reclamando que eu devo diminuir o meu? Vamos diminuir todo mundo.

E sobre a Educação: o sr. fazia elogios afirmando que o Enem não tinha tido problemas, mas houve.

Já foi resolvido. Problemas acontecem. Tivemos problemas seríssimos em outras edições do Enem também.

Não vou falar sobre isso. Tem que respeitar independentemente de ser filho do Executivo, de militar ou do Judiciário. O que está aí temos acertado que a gente não mexe. É daqui para frente.

Até a consumação do ato, o casamento pode ser desfeito (a nomeação dela ainda não foi oficializada). A Regina tem um coração enorme, realmente é a “namoradinha do Brasil” e ela está se ambientando. Nós estamos abrindo para ela o que é a Cultura. Estamos nos dando muito bem.

É igual a um casamento, tem umas briguinhas, mas lá na frente a gente dorme embaixo dos meus cobertores (Bolsonaro solta uma gargalhada).

A gente dorme junto. É o preço para a gente ser feliz.

Não vejo a Câmara votar mais nada neste sentido, até porque sabem que vão perder tempo. Eu veto aqui e dificilmente vão derrubar o veto lá, porque essas pautas sempre passam com votação bastante apertada. Quem é a nossa ministra da Mulher, Direitos Humanos e Família? É a Damares (Alves), não é a Maria do Rosário (PT-RS).

Tenho um pessoal que converso aqui, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e o respectivo ministro. A denúncia que, porventura, chega, muitas vezes é “fake”. Não posso agir somente por ver uma matéria no zap (WhatsApp), no Facebook de alguém, na imprensa. Até porque tem muita contrainformação. O que aconteceu até agora (envolvendo sua equipe)? Nada. Já acabou o seu tempo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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