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Política & Poder

Bolsonaro precisará gastar R$ 1,4 tri para garantir retomada em 2022, diz ex-presidente do BNDES

Sem um plano ousado, com distribuição maciça e horizontal de recursos para a população, a retomada estará perdida no mandato do presidente Bolsonaro

Redação Jornal de Brasília

03/04/2020 14h04

Pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, o economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES, apresentou projeções que mostram que para salvar o País da crise do novo coronavírus e chegar em 2022 com a retomada da economia, o presidente Jair Bolsonaro terá que gastar pelo menos o dobro do que anunciou até agora.

Sem um plano ousado, com distribuição maciça e horizontal de recursos para a população, a retomada estará perdida no mandato do presidente Bolsonaro, segundo o economista. Em 2022, o presidente já declarou que vai buscar a sua reeleição ao cargo e vem demonstrando grande preocupação com a sua popularidade.

Rabello desenhou um programa econômico com uma injeção maciça de R$ 1,4 trilhão. Uma distribuição de recursos incial que ela chama de “helicóptero” na primeira fase. Segundo ele, da para fazer um programa em três etapas com baixo custo fiscal para recuperar a confiança do brasileiro diante do abatimento geral e permitir o início da retomada econômica já no segundo semestre. Mais de 150 milhões de pessoas, nas classes de renda C, D e E seriam contempladas por três meses.

A proposta, diz ele, é uma provocação aos colegas economistas do setor privado e lideranças empresariais que estariam, na sua avaliação, “retraídos” nesse momento da crise. Rabello prevê uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% em 2020. Com o plano, o baque seria menor: 2,3%.

Rabello diz que, nesse momento, é mais um pré-candidato à prefeitura do Rio, mas que depende ainda de confirmação do partido. “Não será o PSC. O anúncio será feito no início da próxima semana”, afirma. “Ninguém nesse momento é candidato a coisa nenhuma. Somos todos pré-candidatos”, ressalta.

Rabello diz que não há na economia a mesma ancoragem que está havendo na área de saúde. Ele prefere não bater de frente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem se diz amigo “desde os tempos” da Universidade de Chicago. “Não consigo avaliar (o desempenho) e muito menos julgar porque estão sofrendo pressões que eu desconheço”, diz. Mas o economista-político diz que não há na economia “nem palidamente” o nível de decisão que o País necessita até mesmo para dizer que não se vai entregar o jogo.

Segundo informou o ministro Paulo Guedes, as medidas anunciadas até agora pelo governo já ultrapassam os R$ 700 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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