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Política & Poder

Bolsonaro nega censura em obras culturais: ‘mandei suspender editais, mas não é censura’

O presidente aprovou as iniciativas anunciadas pelo secretário da cultura, Roberto Alvim,   que anunciou o Prêmio Nacional das Artes, um novo projeto de patrocínio direto de obras de arte no Brasil

Redação Jornal de Brasília

16/01/2020 22h44

Na transmissão pelo Facebook desta quinta-feira (17), o presidente Bolsonaro se defendeu de eventuais acusações de que estaria censurando obras culturais “Nós nunca censuramos nada, mandei suspender editais, mas não é censura”. Segundo Bolsonaro, uma obra só é alvo de suspensão quando a “coisa não condiz com a cultura brasileira”.

O presidente aprovou as iniciativas anunciadas pelo secretário da cultura, Roberto Alvim,   que anunciou o Prêmio Nacional das Artes, um novo projeto de patrocínio direto de obras de arte no Brasil.  Bolsonaro disse ver com bons olhos os incentivos ao “conservadorismo em arte”, do qual falou o secretário. “Vamos contar a verdadeira história do Brasil, vamos falar a verdade. A verdade acima de tudo”, defendeu Bolsonaro.

 Roberto Alvim, disse que o governo pretende conduzir a cultura e a arte no Brasil de forma “alinhada com as transformações políticas do Brasil”, em referência à eleição de Bolsonaro para a Presidência da República. Alvim disse que em 2020 haverá uma “virada histórica, vai ser o ano do renascimento da arte e da cultura no Brasil”.

As declarações foram feitas ao lado de Bolsonaro, durante a transmissão online que acontece todas as quintas-feiras na página do Facebook do presidente – da transmissão de hoje, também participou o ministro da Educação, Abraham Weintraub. O próprio Bolsonaro falou que, antes, o País “tinha a ideia de fazer cultura para a minoria”, o que não mais deve ocorrer.

O secretário da Cultura também disse que o governo vai criar editais para obras audiovisuais que versem “sobre a Independência do Brasil e sobre grandes figuras históricas brasileiras”. Alvim disse que quer promover um “cinema sadio, ligado aos valores da sociedade brasileira e alinhado ao conservadorismo em arte”.

 ‘Argentina vai ter dificuldade’

Pela terceira vez no dia, o presidente Jair Bolsonaro falou de forma negativa sobre a Argentina e disse que o país vizinho “vai ter dificuldade” durante o mandato do presidente Alberto Fernández. Apesar disso, Bolsonaro disse que quer o bem dos argentinos e que “espera que o país dê certo”.

Bolsonaro também afirmou que aliados da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chegaram ao poder na Argentina e que, “com a volta dessas pessoas à política, (o país) vai ter dificuldade”. Ele fez referência à vice-presidente argentina, Cristina Kirschner. A fala ocorreu durante transmissão ao vivo em redes sociais que acontece todas as quintas-feiras.

Pouco antes, em cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro declarou que “nós não podemos deixar o Brasil chegar na situação que a Argentina está”.

Ele disse, ainda, que o Chile caminha para direção semelhante a dos argentinos. “Um grande e próspero país como o Chile está caminhando para o caos e socialismo”, criticou o presidente brasileiro. Piñera passou por dois meses de protestos contra o seu governo no final do ano passado e, no início de dezembro, sua popularidade chegou a 10%.

Em outra transmissão ao vivo em redes sociais, à tarde, Bolsonaro disse que a Argentina tornou-se um “refúgio desse tipo de gente, socialista, que não quer o futuro do seu país, que quer que se ‘exploda’ seu povo, que usa seu povo como massa de manobra para atingir seu objetivo que é o poder absoluto”. O presidente se referia à acolhida oferecida pelos argentinos para o ex-presidente da Bolívia Evo Morales.

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