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Política & Poder

Bolsonaro: ‘Já falei que não existe CPMF’

Bolsonaro negou que recriação da contribuição esteja sendo trabalhada pelo governo. Presidente também falou sobre Coaf

Lindauro Gomes

09/08/2019 11h04

Foto: Adriano Machado/Reuters

Willian Matos
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) negou que a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) esteja sendo trabalhada pelo governo. “Já falei que não existe CPMF. O que ele quer mexer, tudo proposta, não vai depois dizer lá na frente que eu recuei, tudo é proposta. Nós queremos facilitar o imposto de renda, aumentar a base, acabar com algumas deduções, diminuir o imposto máximo de 27,5%, diminuir um pouco. Essa que é a ideia”, disse.

Bolsonaro deu a declaração em entrevista a jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira (9). Pela proposta do Ministério da Economia de reforma tributária, a volta da CPMF viria para compensar a desoneração da folha de pagamento em todos os setores da economia. O novo tributo teria entre 0,5% e 0,6% sobre as movimentações financeiras.

Durante a campanha presidencial, Bolsonaro negou que pretendia recriar o imposto que incide sobre movimentação financeira.

Isenção de renda

Bolsonaro também foi questionado sobre isenção de imposto de renda para quem recebe até cinco salários mínimos. “Vou continuar batendo nesta tecla, porque acho que quem ganha até cinco [salários] mínimos em grande parte, quase todo mundo tem o imposto retornado para eles, se a gente puder facilitar a vida deles. Seria muito bom no meu entender”, declarou o presidente.

O presidente foi questionado se está tratando com a equipe econômica do governo sobre a correção da tabela do imposto de renda (IR) pela inflação. Bolsonaro defendeu a medida. “Isso eu já falei com eles. Pelo menos corrigir de acordo com a inflação, porque não passou a ser Imposto de Renda, passou a ser redutor de renda. Queremos mostrar que dá para fazer diferente, sabendo das dificuldades que o Brasil atravessa”, afirmou.

Coaf

Bolsonaro afirmou que pretende transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central. O órgão pode ter um quadro efetivo e até mudar de nome, declarou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada nesta sexta-feira, 9.

“O que pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, pretendemos, estamos conversando, vincular o Coaf ao Banco Central. Tudo onde tem política, mesmo bem intencionado, sobre pressão”, disse o presidente.

De acordo com ele, o Coaf no Banco Central vai fazer o “trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”.

Bolsonaro transferiu o Coaf para o Ministério da Justiça ao assumir o governo. O Congresso, no entanto, devolveu o órgão ao Ministério da Economia.

Na entrevista, Bolsonaro estava ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

O destino do presidente do Coaf será decidido pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Perguntado sobre como o órgão ficaria livre de indicações políticas, Bolsonaro citou um exemplo de que poderia sugerir a Moro que tirasse alguém do Coaf enquanto a pasta estivesse no Ministério da Justiça. “Queremos evitar isso aí. Quando menos o Estado, a política, interferir no destino do Brasil, entendo que seja melhor.”

Com agências

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