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Política & Poder

Bolsonaro é antagonista da ciência e da medicina, diz Doria em entrevista

Tucano também criticou Medida Provisória (MP) que isenta os agentes públicos de responsabilidades no combate à pandemia de coronavírus

Redação Jornal de Brasília

18/05/2020 9h15

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a criticar o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é contra as medidas de distanciamento social para contenção do coronavírus. Em entrevista à rádio CBN, o tucano afirmou que só há possibilidade de retomar um diálogo com a Presidência da República caso o presidente mude sua posição.

“A divergência dele não é apenas com governadores, com prefeitos, com o Congresso. A objeção do presidente Bolsonaro infelizmente é com a ciência, a saúde, a orientação médica. Se ele mudar de posição e começar a seguir o que defendiam seus ministros da saúde, pode haver diálogo”, afirmou Doria.

O tucano também criticou a Medida Provisória (MP) editada pelo governo federal na última quinta-feira (14), que isenta os agentes públicos de responsabilidades no combate à pandemia de coronavírus. “É um absurdo completo, aliás feita sob medida para o próprio Bolsonaro e para sua família, com um mandato de isenção tendo um comportamento ruim. O Congresso não vai aprovar isso, tenho certeza”, afirmou.

Doria ainda chamou de “absurdo” o atraso do auxílio a Estados e municípios. “São recursos para financiar a saúde. Diante de uma pandemia que já matou tantos brasileiros, era de se esperar que o governo federal acelerasse a liberação dos recursos, mas Bolsonaro atrasa isso para fazer uma negociação política. É incompreensível essa visão dele”, finalizou o governador tucano.

Doria: protocolo de ‘lockdown’ existe em SP, é iminente, mas não será adotado já

Doria disse, nesta segunda-feira, 18, que Executivo já trabalha com um protocolo de “lockdown”, ou isolamento total, mas que sua adoção não deve ser imediata. Em entrevista à rádio CBN, o tucano afirmou que a medida pode ser evitada caso o índice de isolamento no Estado fique, em média, em 55% da população.

“Dia a dia nós avaliamos a possibilidade do ‘lockdown’, mas é importante ressaltar que temos disponibilidade de leitos de UTI, temos hoje uma nova aquisição de respiradores”, disse o governador paulista.

De acordo com Doria, as medidas de isolamento social adotadas em São Paulo já fizeram grande efeito para reduzir o número de casos e de mortes em decorrência da covid-19. O governador afirmou que, caso o distanciamento não tivesse sido realizado a partir da segunda quinzena de março, o Estado já teria “mais de 45 mil mortes”, contra as 4.782 registradas até agora.

Estadão Conteúdo

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