O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 30, que o próximo indulto de Natal terá “nomes surpreendentes”. Ele voltou a dizer que pretende beneficiar policiais condenados por “pressão da mídia”, mas não quis citar exemplos. “Tem muito policial no Brasil, civil e militar, que foi condenado por pressão da mídia. E esse pessoal no final do ano, se Deus me permitir e eu estando vivo, vai ser indultado. Nomes surpreendentes, inclusive. Pessoas que honraram a farda, defenderam a vida de terceiros, e foram condenados por pressão da mídia“, afirmou em conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada, pela manhã.
“A caneta Compactor, não é mais BIC, vai funcionar”, disse.
Na quinta-feira, 29, em transmissão nas redes socais, Bolsonaro afirmou que o próximo indulto de Natal deve beneficiar “colegas policiais que estão presos injustamente” e que espera que o “pessoal” o abasteça com sugestões de nomes.
O indulto é concedido por decreto presidencial para perdoar presos condenados a determinados crimes não violentos. Em 2018, o ex-presidente Michel Temer desistiu de editar o decreto, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) não havia julgado validade do decreto assinado no ano anterior, que reduzia as restrições e incluir condenados por corrupção entre os beneficiados. Em maio deste ano o Supremo declarou constitucionalidade do indulto de Temer.
Orçamento
Sobre o Orçamento de 2020, o presidente afirmou que até ele está “chorando” pela falta de recursos previstos, que será enviado pelo governo ao Congresso nesta sexta-feira, 30.
“Todos estão reclamando, até eu estou chorando”, disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.
Às vésperas do envio da proposta ao Legislativo, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu alertas de ministérios de que os recursos previstos são insuficientes e podem comprometer a compra de livros escolares, pagamentos de bolsas de estudo e entrega gratuita de medicamentos, entre outros serviços.
“Eu falei para o Paulo Guedes, o meu ministério, eu adotei um ministério, o da Defesa, mesmo eu adotando o da Defesa está difícil para mim, está apertado”, reclamou o presidente.
Bolsonaro disse que a situação é reflexo de “irresponsabilidade” de gestões passadas. “Eu sabia disso, não estou chorando, não.”
Estadão Conteúdo