Aline Rocha
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Na tarde desta quarta-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro, que está internado desde o último domingo em razão de uma cirurgia, anunciou pelo Twitter que não será recriada a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou qualquer novo imposto similar.
A declaração foi feita horas após a demissão do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. Bolsonaro também descartou que a proposta da Reforma Tributária do governo vá prever aumento da carga de impostos atual.
TENTATIVA DE RECRIAR CPMF DERRUBA CHEFE DA RECEITA. Paulo Guedes exonerou, a pedido, o chefe da Receita Federal por divergências no projeto da reforma tributária. A recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 11, 2019
Maia diz que rejeição da sociedade à CPMF reflete no plenário
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, tinha uma posição histórica a favor de um tema que tem muita rejeição na sociedade. Cintra defendeu, ao longo de sua carreira e como secretário da Receita, a criação de um imposto sobre pagamentos, similar à extinta CPMF. “Isso reflete no plenário da Câmara. Não sei se isso foi relevante para a decisão do presidente de pedir a demissão dele”, afirmou.
O Ministério da Economia confirmou a exoneração de Cintra. Ele será substituído interinamente pelo atual subsecretário-geral da Receita, José de Assis Ferraz Neto. A saída de Cintra foi antecipada pelo ‘Estado’.
Segundo a reportagem apurou, a razão da exoneração de Cintra foi a apresentação na terça-feira pelo secretário-adjunto da Receita, Marcelo Silva, da proposta de criação da contribuição sobre pagamentos (CP), com alíquotas de 0,2% a 0,4%. A proposta vinha sendo estudada pelo governo, mas ainda não havia sido anunciada, e gerou reação negativa no Congresso Nacional.
Maia afirmou não saber o motivo da demissão. “Mas, para o presidente ter pedido a cabeça dele para o ministro Paulo Guedes, deve ter tido algum motivo sério. Eu não sei qual é”, disse.
Com informações de Estadão Conteúdo