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Política & Poder

Bolsonaro defende que Eduardo abra mão de embaixada para pacificar PSL

“Obviamente, isso o Eduardo vai ter de decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil”

Lindauro Gomes

22/10/2019 5h59

Brazil’s President Jair Bolsonaro arrives at the Imperial Palace to attend the proclamation ceremony of the enthronement of Japan’s Emperor Naruhito in Tokyo, Japan, October 22, 2019. Koji Sasahara/Pool via REUTERS

O presidente Jair Bolsonaro avaliou nesta segunda-feira (21) que é mais estratégico que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), abra mão de uma indicação como embaixador nos Estados Unidos e permaneça no Brasil para ajudar a pacificar o PSL.

Em rápida entrevista à imprensa, antes de sua participação na cerimônia de ascensão do novo imperador japonês, ele disse que não quer interferir na decisão do filho, mas ressaltou que é necessário “ver o que pode catar de caco” na disputa interna da sigla.

“Obviamente, isso o Eduardo vai ter de decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil”, disse.

No meu entender, [o mais estratégico] é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido e ver o que pode catar de caco, porque teve gente que foi para o excesso. É igual um casal, chega um ponto de um problema que não tem mais retorno por parte de alguns“, disse.

O presidente disse que defendeu, em reunião no Palácio do Planalto, o nome do deputado federal Filipe Barros (PR) para a liderança do partido, mas que foi opinião vencida. Na avaliação dele, a tendência agora é de que o embate interno arrefeça.

Desde o início do mês, o presidente tem enfrentado uma queda-de-braço com o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar. Para tentar enfraquecer o dirigente do partido, Bolsonaro atuou para tirar de postos de liderança nomes ligados a Bivar: como os deputados federais Joice Hasselmann (SP) e Delegado Waldir (GO).

“Vai se arrefecer [a crise]. Eu me pergunto: o pessoal tirava foto comigo, agora tira com o Bivar. O que ele tem de mais bonito ou de melhor do que eu?”, questionou Bolsonaro.

O presidente disse que, ao retornar ao Brasil em novembro, conversará com a maior parte dos integrantes da bancada do partido ligados a Bivar, na tentativa de chegar a um consenso. Ele ponderou, no entanto, que não terá diálogo com aqueles que, segundo ele, ultrapassaram o limite da razoabilidade.

“Vou expor minha experiência de 28 anos de carreira parlamentar. Eles embarcaram em uma canoa fantasma, aceitando promessas, como dou a lua. Isso serve para um casal de jovens, não para político com mandato de deputado federal”, ressaltou.

Para evitar o agravamento da crise interna, o presidente disse que pediu ao seu filho e vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) que não entre em embate. Ele trocou farpas nas redes sociais, no final de semana, com Joice.

Todo mundo perde em qualquer alfinetada“, disse. “Em um relacionamento, toda ferida [mesmo] muito profunda cicatriza. Você não vê eu jogando lenha na fogueira, não vou entrar nessa briga de meu grupo contra o deles“, acrescentou.

Ele ressaltou que sempre sugere aos seus filhos que se acalmem, porque, de acordo com ele, é natural na política “um troca de pequenas farpas”.

“Eu sugiro, pai é pai até morrer. Eu sugiro sempre acalmar”, disse. “Eu engoli sapo para caramba. E eu procuro passar isso a eles”, acrescentou.

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