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Política & Poder

Bebianno afirma que, graças a Carlos, Bolsonaro não usava colete no dia da facada

Segundo o ex-ministro, filho do presidente atrapalhou esquema de segurança. “A única viagem que o Carlos fez conosco foi essa de Juiz de Fora e ainda deu azar”

Willian Matos

03/03/2020 10h27

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, chega ao ministerio da Justiça e Segurança Pública, para reunião com o ministro, Sergio Moro

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, creditou a Carlos Bolsonaro a falha de segurança do dia 6 de setembro de 2018, data em que o então candidato à presidência Jair Bolsonaro levou  uma facada durante um comício em Juiz de Fora (MG). Para Bebianno, Carlos “deu azar”.

O ex-ministro afirmou que, por conta da falha de segurança, Bolsonaro acabou não usando colete à prova de balas. “A única viagem que o Carlos fez conosco foi essa de Juiz de Fora e ainda deu azar. Atrapalhou o esquema de segurança, o que resultou no não uso do colete [à prova de balas] e naquela tragédia da facada”, contou Bebianno em entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura.

“Parecia uma criança”

Bebianno conta que ele, um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o “capitão Cordeiro”, das Forças Especiais do Exército, costumavam acompanhar Bolsonaro durante as agendas. Neste dia, porém, Carlos “cismou” em ir com o pai no mesmo carro. Durante a viagem, o filho do presidente estaria “brincando” com um drone.

“Ele foi dentro do carro com um drone. Parecia uma criança brincando com o drone. Nem eu, nem o capitão Cordeiro e nem o Max, do BOPE, pudemos ir no carro. O resultado? Ele [Jair Bolsonaro] desembarcou sem o colete. O colete não teria evitado 100% o ferimento, mas teria limitado a penetração da faca.”

Bebianno ainda contou que chegou a avisar Bolsonaro da periculosidade de eventos como o comício em Juiz de Fora-MG estavam oferecendo. No entanto, segundo o ex-ministro, o presidente ignorou. “Como você vai saber quem está na multidão, com que tipo de intenção?”, questionou o ex-ministro.

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