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Política & Poder

Após obstrução, bolsonaristas tentam derrubar líder do PSL na Câmara

Delegado Waldir diz que PSL não vai expulsar nenhum parlamentar

Redação Jornal de Brasília

15/10/2019 19h50

Foto: Agência Brasil

Após o deputado Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, se unir à oposição para tentar obstruir a medida provisória que trata sobre a reformulação da estrutura do Poder Executivo e mexe com pontos sensíveis como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), deputados bolsonaristas iniciaram um movimento para destituir o parlamentar da função.
O movimento foi comandado pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) e pelo deputado Filipe Barros (PSL-GO) que coletavam assinatura da bancada para tirar Waldir do cargo. O líder tem papel fundamental na estrutura da Câmara. A pauta de votações da Casa é discutida na reunião de líderes.
Além disso, o líder tem a prerrogativa de orientar o partido, participar dos trabalhos de qualquer comissão (mesmo daquelas em que não for integrante); indicar membros da bancada que irão integrar as comissões; registrar candidatos a cargos da Mesa e inscrever membros da bancada para comunicações parlamentares.
A tentativa de derrubar Waldir é mais um capítulo da crise interna do PSL que foi agravada nesta terça-feira após a Polícia Federal deflagrar uma operação contra o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE).

Delegado Waldir diz que PSL não vai expulsar nenhum parlamentar

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), voltou a dizer que o partido não vai expulsar nenhum parlamentar, mesmo que alguns dos deputados tenham atacado o partido, ele e o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE). Ele negou também que vá haver qualquer retaliação do partido em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. “Continuamos defendendo o governo, somos Bivar, somos Bolsonaro”, disse.
Waldir disse ainda que, apesar da crise, não há uma divisão no partido. “Foi criada uma tempestade que não foi criada por mim e nem pelo partido”, disse. “Nós somos todos bolsonaristas”, disse
Ele reforçou que o partido sempre acompanha o governo. Questionado porque então havia orientado obstrução na votação de hoje da MP 886, ele disse que havia feito isso para que parlamentares não levassem faltas. “Os parlamentares em sua maioria estavam em reunião aqui na liderança e para que eles não levassem faltas eu tive de sair correndo aqui para obstruir, mas já vou lá e vou adequar essa orientação”, disse.
Ele afirmou ainda que o PSL está “tranquilo” em relação à operação da Polícia Federal que teve como alvo hoje o Luciano Bivar. “Vamos aguardar os resultados”.
Waldir, no entanto, voltou a sinalizar que a operação da Polícia Federal já era sabida por algumas pessoas e disse estranhar a ação. “É muito estranho. Me parece que algumas pessoas já sabiam uma semana antes”, disse. Ele questionou também porque a polícia demorou tanto tempo para se fazer uma busca. “Você faz a busca logo no começo da investigação. Depois é circo”, disse.

Estadão Conteúdo. 

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