O codinome utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro para um dos exames para detecção da covid-19 coincide com o nome de um jovem de 16 anos. De acordo com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), há um único Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz registrado no Brasil, nascido em 2004.
Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, o rapaz mora no Distrito Federal, e sua família foi pega de surpresa com o caso. José Ferraz, pai de Rafael e dono de uma farmácia de manipulação, diz não ter ideia do motivo para que o nome do filho tenha sido usado pelo presidente.
O adolescente, por sua vez, afirma que até gosta de algumas medidas (“acho que diminuiu a corrupção”) de Bolsonaro, mas acha que ele “fala muito”. De acordo com a publicação, Rafael tem acesso ao Hospital da Força Aérea por causa da mãe, major Maria Amélia, mas José diz que o filho não fez teste para Covid-19.
Já o laboratório Sabin diz que recebeu as amostras já identificadas. O pseudônimo, então, partiu de Bolsonaro ou do hospital.
Airton Guedes
Além do nome do adolescente Rafael Ferraz, Bolsonaro usou um segundo nome, este mais comum. Segundo a Arpen, há 125 pessoas registradas com o nome Airton Guedes no país. O primeiro registro é de 1932.
Dois exames, feitos pelo laboratório Sabin, foram registrados com o CPF, RG e data de nascimento de Bolsonaro, mas sob os codinomes de Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz e Airton Guedes.
Paciente 05
O terceiro exame, feito pela Fiocruz, identifica o nome da pessoa apenas como “Paciente 05”. Não há indicação de documentos pessoais nem da data de nascimento do paciente.
A AGU entregou ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski um total de três exames, se antecipando a uma decisão do magistrado na análise de um recurso do Estadão que pedia a divulgação dos laudos. Foram feitas duas remessas. O teste da Fiocruz foi o último a ser entregue ao Supremo, na manhã desta quarta-feira.
Com agências