Francisco Dutra
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Novamente, a Câmara Legislativa adiou a votação da Lei do Silêncio e amatéria foi jogada para a próxima semana. Desta vez, os deputados distritais que defendem a ampliação dos limites sonoros soltaram o verbo contra os sucessivos movimentos para o adiantamento da votação, nas últimas três semanas. Parlamentares contrários à flexibilização negam a manobra, argumentando que buscam consenso.
“Não dá mais para ficar adiando. Espero que a Câmara vote na próxima semana”, disparou o deputado Ricardo Vale (PT), autor da proposta de ampliação dos limites acústicos. O parlamentar ficou indignado quando soube que a Casa poderia apreciar um novo projeto de lei sobre o tema. “Eu esperava o debate, que apresentassem emendas. Mas um novo projeto? Isso é recomeçar a discussão que vem sendo feita há 3 anos”, desabafou.
“Espero que depois das eleições a próxima legislatura seja menos conservadora e seja mais progressista. Essa Câmara de hoje não pensa na população”, alfinetou o petista. Outros parlamentares fizeram coro, como Telma Rufino (Pros) e Cláudio Abrantes (PDT). Reginaldo Veras (PDT) colocou ainda mais linha na fogueira. “Essa enrolação me nega o direito de votar “, esbravejou.
O presidente da Câmara, deputado Joe Valle (PDT), negou qualquer manobra para adiar a votação. “Não é enrolação buscar o consenso”, rebateu. O autor do novo projeto, deputado Chico Vigilante (PT), argumentou que a proposta busca uma votação viável e dentro dos padrões dos órgãos de controle e saúde. “Eu não aceito qualquer alteração nos decibéis. E quanto mais me provocam, mais tenho certeza que vou votar contra”, revidou.