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Política & Poder

A aliados, Bolsonaro sinaliza que não quer se engajar na campanha de Crivella

Nesta quinta-feira, 19, porém, Crivella vai tentar convencer o presidente a apoiá-lo, em um encontro previsto para ocorrer no Palácio da Alvorada

Redação Jornal de Brasília

19/11/2020 10h36

Sem definir até agora como vai se posicionar no segundo turno das eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro deu sinais de que não está interessado em se engajar na campanha de Marcelo Crivella (Republicanos) contra Eduardo Paes (DEM) na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro. Em conversas com aliados, Bolsonaro demonstrou querer a neutralidade não apenas pelo risco de derrota de Crivella, atual prefeito e candidato a segundo mandato, mas também porque não pretende se indispor com Paes, que pode ganhar o comando do Rio, seu reduto eleitoral.

Nesta quinta-feira, 19, porém, Crivella vai tentar convencer o presidente a apoiá-lo, em um encontro previsto para ocorrer no Palácio da Alvorada. O prefeito usa a imagem de Bolsonaro no material de propaganda, mas sonha em tê-lo a seu lado em agendas públicas para reverter projeções desfavoráveis, que dão vitória ao adversário. Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira, 18, indicou Paes com 53% das intenções de votos e Crivella com 23%.

No primeiro turno, no entanto, o máximo que o prefeito conseguiu foi que Bolsonaro gravasse um vídeo para seu programa eleitoral, replicado nas redes sociais.

Em suas transmissões ao vivo pela internet, o presidente pediu voto a Crivella, mas evitou críticas a Paes. No final de outubro, quando anunciou seu apoio ao prefeito, Bolsonaro disse que o candidato do DEM era um “bom administrador” e que não haveria problema se alguém não quisesse votar em Crivella.

“E o outro vocês conhecem também, é um bom administrador, mas eu fico aqui com o Crivella. Não tem muita polêmica, não. Se não quiser votar nele, fica tranquilo. Não vamos criar polêmica, brigar entre nós. Eu respeito os seus candidatos também”, disse Bolsonaro.

Filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, que é do mesmo partido de Crivella, disse que está fora da campanha e que cabe ao pai decidir se haverá apoio. “A exemplo do primeiro turno, eu não vou caminhar com ninguém. Mas quem vai decidir é o presidente. Se houver algum apoio, a decisão é dele”, informou Flávio, por meio de sua assessoria.

Na avaliação de aliados, Bolsonaro pode até se manifestar pontualmente em cidades em que a disputa no segundo turno esteja entre um candidato de direita e outro de esquerda. Entretanto, destacam que deve ser uma posição pessoal, como fez com fez ao responder no Facebook a um apoiador do candidato delegado Eguchi (Patriota), que disputa o segundo turno em Belém, no Pará, com Edmilson Rodrigues (PSOL). “Caso fosse eleitor em Belém/PA certamente votaria nele. Boa sorte para ele”, escreveu Bolsonaro, referindo-se ao delegado.

Os resultados do primeiro turno foram desfavoráveis para a maioria de candidatos que Bolsonaro manifestou apoio em sua “live eleitoral”. Entre treze candidatos a prefeito que tiveram votos pedidos pelo presidente, dois saíram vitoriosos: o ex-senador Mão Santa (DEM) foi reeleito prefeito em Parnaíba, no Piauí, e Gustavo Nunes (PSL) conquistou a prefeitura em Ipatinga, em Minas Gerais.

Assim como Crivella, no Rio, Capitão Wagner (PROS), que também apareceu no “horário eleitoral gratuito” de Bolsonaro, passou para a segunda etapa da disputa em Fortaleza contra o deputado estadual José Sarto. Wagner, no entanto, não deve usar o apoio de Bolsonaro contra Sarto, candidato de Ciro Gomes e de seu irmão Cid.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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