Em Brasília, o inverno é marcado não só pela redução nas temperaturas, mas principalmente pela queda da umidade no ar que pode chegar à até 15% nessa época do ano. Esse clima aumenta em até 40% a incidência de doenças respiratórias, principalmente as alérgicas como gripe, resfriados e rinite. Por isso, o cuidado deve ser redobrado já que, apesar de serem doenças sem cura aparente, em sua maioria, elas podem ser controladas, permitindo uma grande melhora da qualidade de vida de seus portadores. De acordo com Tatiana Veloso, pneumologista e diretora-médica do laboratório Exame, além das mudanças climáticas, existem algumas alterações comportamentais nessa época do ano que também agridem o equilíbrio do aparelho respiratório. “Há uma maior concentração de pessoas em locais fechados e pouco arejados, o que aumenta a transmissão de doenças infecciosas”, explica.
Quando chega o primeiro espirro, as diferenças entre resfriados, gripes e outras doenças, por exemplo, levantam dúvidas. A médica lembra que qualquer confusão levantada a respeito do melhor tratamento, deve ser resolvida com um especialista. “O resfriado é uma infecção leve das vias aéreas superiores – nariz e garganta que leva a coriza, espirros e febre baixa. Não existe remédio para curá-lo, mas apenas para amenizar os sintomas. A gripe, por outro lado, é uma doença contagiosa que acomete de forma mais intensa que o resfriado, podendo levar a febre alta, mal-estar e dor no corpo, e é causada por um vírus chamado Influenza”, diferencia.
Possíveis complicações da gripe
A médica alerta que uma situação simples que não for adequadamente avaliada poderá evoluir para comprometimento mais sério, é o caso da gripe, por exemplo, que pode complicar com infecções bacterianas como sinusite ou pneumonia. “A gripe é um quadro viral, e a maior parte das pneumonias são bacterianas. Porém, quando uma pessoa, com predisposição e fatores de riscos relacionados a estas doenças, fica com o corpo mais frágil devido à gripe, ela pode ter uma pneumonia”, reforça.
Outro exemplo comum é quando um paciente alérgico se expõe a um fator externo que piora seu quadro, podendo também levar à uma complicação maior. “Um paciente com asma por exemplo, retira os cobertores e casacos de lã que estavam guardados no armário durante meses e se expõem ao acaro, que piora seu quadro. Isso pode prolongar o quadro, a pessoa fica exposta, com crises asmáticas e provável evolução com infecções secundárias como pneumonia”, exemplifica Dra. Tatiana.
Devido a essas possíveis complicações a médica indica que o especialista seja procurado quando os primeiros sintomas aparecerem. “Além do exame físico e diagnóstico clínico, o médico pode pedir alguns exames, como o hemograma, que indica se existe uma infecção bacteriana por meio do aumento dos leucócitos. Mas o importante, para evitar essa visita ao médico, é procurar equilibrar a saúde de forma geral, com alimentação saudável, horários regulares e adoção de hábitos saudáveis e consumir muita água”, conclui.