Para garantir atendimento mais ágil e humanizado aos pacientes diagnosticados com câncer, o Governo do Distrito Federal (GDF) vem implementando mudanças importantes na rede pública de saúde. Com o programa “O câncer não espera. O GDF também não”, a Secretaria de Saúde redesenhou a linha de cuidado oncológico, oferecendo uma jornada mais rápida e integrada aos pacientes.
O fluxo de atendimento tem início nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), onde o paciente é direcionado para especialistas, exames e inserido na fila oncológica para início do tratamento em até 60 dias. Após a triagem feita pela Central de Regulação, o paciente é encaminhado para uma das unidades habilitadas, onde recebe acompanhamento completo durante todas as etapas, incluindo exames, cirurgias, quimioterapia e radioterapia, com posterior retorno à UBS para seguimento.
A medida já impacta diretamente na vida de pacientes como Antônia Oliveira, de 46 anos. Após anos de acompanhamento de um nódulo no seio, Antônia foi diagnosticada com câncer de mama, encaminhada ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e iniciou a quimioterapia rapidamente. “Na minha primeira vez na oncologia, tudo ocorreu com rapidez”, relatou.
Outro exemplo é a enfermeira Carmen Dirce Silva, de 54 anos, que também faz tratamento no HRT. Ela destaca o acolhimento e o cuidado integral oferecido, com acompanhamento psicológico, fisioterápico, assistência social e nutricional. “Temos até passeios e eventos, o acolhimento faz muita diferença no enfrentamento da doença”, afirma.
Os resultados já aparecem nos números. Entre março e julho deste ano, o tempo médio para início do tratamento oncológico caiu de 74 para 51 dias, uma redução de 31%. Já o início da radioterapia passou de 54 para 30 dias, uma diminuição de 44%. O objetivo é alcançar 1.383 novos tratamentos em três meses, com investimento superior a R$ 14 milhões para agilizar o início das terapias.
De acordo com o secretário de Saúde, Juracy Lacerda, o tempo é crucial para o tratamento eficaz. “Quando assumimos a gestão, tínhamos 900 pacientes aguardando com tempo médio de 74 dias. Com a linha de cuidado e ações internas, reduzimos significativamente a lista e o tempo de espera”, destacou.
O desafio segue grande. No Distrito Federal, cerca de 399 novos pacientes entram mensalmente na fila oncológica. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a expectativa é que quase 9 mil novos casos sejam registrados entre 2023 e 2025 no DF, chegando a 10,3 mil casos quando considerada a Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride).
Os cânceres mais frequentes são mama, cólon, reto e colo do útero entre mulheres, e próstata, cólon, reto, traqueia, brônquios e pulmão entre homens. Com o programa, o GDF busca garantir que o diagnóstico não seja uma sentença de espera, mas o início de um tratamento digno e rápido.
Com informações da Secretaria de Saúde