Feita especialmente para a disputa da Copa do Mundo, a Jabulani causou polêmica por suas trajetórias imprevisíveis, capazes de surpreender jogadores e goleiros. Pois uma “bola maluca” não é privilégio apenas dos boleiros: introduzida nas Olimpíadas de Pequim, o modelo da Mikasa atualmente adotado em competições organizadas pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) preocupa os atletas da modalidade.
É o caso do time do Sollys/Osasco, que a partir da próxima quarta-feira disputa o Mundial Interclubes, em Doha (Catar). Mesmo tendo seis jogadoras recém-chegadas da seleção brasileira e, portanto, acostumadas com a bola do exterior, a equipe quer evitar qualquer influência deste fator na competição.
“A Mikasa é uma bola mais pesada e que também traz mais dificuldade para a passadora porque é mais lisa, principalmente quando está molhada”, explicou a ponteira Sassá. No Brasil, o modelo adotado é o da Penalty, mais previsível e mais fácil de controlar. “Eu prefiro essa. As jogadoras até brincam que a bola da Mikasa é a Jabulani do vôlei”, revelou.
Introduzida no vôlei de alto rendimento nas Olimpíadas de Pequim, a bola da Mikasa não agrada muito às atletas, que estão treinando um período do dia com ela para se readaptar mais rapidamente depois do fim da temporada de seleções. “Ela é bem diferente, mas dura que a bola que usamos aqui no Brasil, mas tenho certeza que com todos estes treinos não vamos sentir dificuldade nenhuma”, garante a ponteira Jaqueline.
Entretanto, a preocupação é grande. Em recuperação de uma lesão na panturrilha da perna direita, a levantadora Carol Albuquerque já tem feito alguns movimentos com o modelo a fim de não ser surpreendida no Mundial. “Ela entra muito na mão, tem que adaptar”, destacou.
Mas nem tudo é desvantagem: o saque, por exemplo, fica mais poderoso com a bola da Mikasa. “Esse sempre foi um dos meus pontos fortes, desde os tempos de Rexona, mas a Mikasa ajuda muito. Você tem que colocar mais força para colocar a bola no mesmo lugar que a Penalty, mas é mais difícil de receberem do outro lado”, explicou a central Thaísa, segunda melhor sacadora do último Grand Prix.
Os dois primeiros adversários do Osasco no Mundial de clubes serão o Federbrau, da Tailândia, a o Fenerbahce, time turco comandado pelo técnico José Roberto Guimarães e que conta com a levantadora Fofão. Na outra chave estão Bergamo (Itália), Kenya Prisons (Quênia) e Mirador (República Dominicana). Os dois melhores times de cada grupo se classificam para a semifinal.