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Saúde

Oscilações hormonais em mulheres podem levar à depressão

Arquivo Geral

23/03/2016 8h00

Mais de 10 milhões de brasileiros têm depressão, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados em 2014. Estima-se que 1 a cada 8 mulheres terá depressão em algum momento da vida. A faixa etária mais acometida é entre os 25 e 45 anos.A psiquiatra, Helena Moura, explica que a população feminina é mais propensa a desenvolver este problema – a incidência é duas vezes mais comum do que em homens –, que tem como um dos principais fatores as oscilações hormonais do corpo.

“Elas são mais suscetíveis porque, ao longo da vida, passam por diversos períodos de variações hormonais, como o pré-menstrual, a gravidez e a menopausa. A genética e as questões sociais e ambientais, como ter que se dividir entre o cuidado com os filhos, casa e trabalho, cobrança excessiva com a aparência física, maior vulnerabilidade à violência física e sexual, uso de medicamentos para perder peso,  também podem interferir na incidência da doença no público feminino”, esclarece a especialista.

O período pré-menstrual é um dos momentos com grande vulnerabilidade para quadros depressivos. Além disso, a Tensão Pré-Menstrual (TPM), muitas vezes criticada e tida como “frescura”, pode ser mais séria do que as pessoas imaginam. De acordo com a médica, aproximadamente, 8% das mulheres, em especial entre os 25 e 35 anos de idade, sofrem com o transtorno disfórico pré-menstrual, que seria uma TPM grave. “Nesse caso, os desconfortos físicos e as alterações emocionais são mais intensas, interferindo diretamente na vida e nas relações pessoais e de trabalho. É preciso entender que não é ‘sentimentalismo’ em excesso. É um transtorno e, por isso, deve ser tratado corretamente”, reforça a psiquiatra.  O tratamento envolve o uso de inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS) e/ou anticoncepcionais, para manter os níveis hormonais estáveis.

No climatério, a mulher também não está livre de sofrer com os hormônios. Nesse período, é comum que os desequilíbrios hormonais venham acompanhados de sinais depressivos e de ansiedade, além, é claro, de distúrbios vasomotores, conhecidos popularmente como “fogachos” ou “calorões”. “A terapia de reposição hormonal é muito útil para o alívio desses sintomas. Porém, como nem todas as mulheres podem fazer esse tipo de tratamento (aquelas com risco de problemas cardiovasculares ou câncer de mama, por exemplo), o apoio do psiquiatra, por meio de antidepressivos e/ou terapia, tem se mostrado muito eficaz”, ressalta  Dra. Helena.

A psiquiatra destaca que alguns cuidados com o estilo de vida ajudam a diminuir os riscos de desenvolver estes transtornos ou mesmo a atenuar os sintomas. “Técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, atividades físicas regulares, alimentação adequada e com cuidado especial no período pré-menstrual e acompanhamento da tabela do ciclo menstrual, para prever em qual período estará mais vulnerável às mudanças de humor, são medidas que podem ser bem úteis”, finaliza a médica.

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