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Saúde

Operadora de saúde SLAM denuncia o caos da COVID-19 no setor de saúde privado

O setor precisa criar ações de enfretamento da Covid-19 e não apenas pensar em seus interesses econômicos e financeiros, distanciando-se do objetivo principal que é salvar a vida dos usuários

Redação Jornal de Brasília

24/06/2021 17h38

Atualizada 29/06/2021 17h08

Operadora de saúde SLAM denuncia o caos da COVID-19 no setor de saúde privado

Foto: Divulgação

Diante desta realidade o que se vê são clínicas e demais serviços de saúde abarrotadas para realização de procedimentos eletivos e assim descumprindo o distanciamento social, além de profissionais médicos omitindo a realidade dos fatos cujo objetivo, frisa-se novamente, está relacionado com o aspecto financeiro, desprezando-se a vida. A pandemia da COVID-19 no Brasil teve início em meados de fevereiro de 2020 e desde então já ultrapassou o número de mais de 480 mil mortes. São vidas e vidas perdidas, que deixaram de ser números e passaram a ser pessoas próximas: amigos, familiares, pais, mães, esposas, filhos e filhas. Quando se fala em pandemia, a responsabilidade não se limita a um setor específico, daquele governo ou de um gestor público.

A pandemia é do Brasil, todo a população tem responsabilidades sobre as ações que são necessárias para o enfrentamento dessa crise que atinge o mundo e assola o país de norte a sul. Ela gera implicações nos serviços de saúde, seja ele público ou privado, bem como causa grandes impactos econômicos e sociais, mostrando mais ainda as mazelas existentes em nosso país. Pode-se afirmar que o vírus não faz distinções de classes sociais, portanto todos estão à mercê do impacto que ele possa causar em nossas vidas. Atualmente, estamos passando por uma segunda onda de contaminação de COVID-19com alto número de mortes, uma média móvel de 1.764 mortes/dia e, infelizmente com expectativa de uma terceira onda (nesta incluindo a cepa indiana do vírus, denominada de Delta (B.1.617)), que possui alto poder de infecção atingindo pessoas mais jovens, inclusive levando-as a necessidade de internação em leitos de UTIs e no pior caso ao óbito.

Como ações para frear a contaminação da COVID-19 são adotadas diversas diretrizes, incluindo as orientadas pela OMS – Organização Mundial da Saúde – uso de máscara, distanciamento social e outros cuidados, além das ações traçadas pelo Ministério da Saúde, governos estaduais e municipais. Ocorre que por diversas vezes, as ações para contenção da COVID-19 traçadas pelas esferas governamentais são distorcidas por órgãos regulatórios e decisões judiciais sem convergência e conflitantes com as políticas traçadas. Levando em consideração que a pandemia é uma responsabilidade de todos, isso inclui osetor privado de saúde e, consequentemente a saúde suplementar, que tem mais de 40 milhões de beneficiários em planos de saúde no Brasil, representando aproximadamente 25% da população brasileira.

Para Tiago Pechutti Medeiros, presidente da SLAM (operadora de plano de saúde de Brasília) esse cenário precisa urgentemente de medidas acertadas e pontuais. “Cabe também ao setor privado de saúde criar diretrizes, políticas e ações para contenção do Vírus da COVID-19, situação que alguns participantes do setor privado de saúde têm negligenciado em prol dos seus interesses econômicos e financeiros, distanciando-se do objetivo principal que é salvar vidas. Um dos problemas que o setor privado precisa encarar caso aconteça uma terceira onda da COVID-19 é a alta taxa de ocupação de leitos de UTIs, que nos primeiros dias do mês de junho/2021 teve cerca de 80% dos leitos ocupados, com estados ultrapassando a marca de 90% de disponibilidade de vagas. No Distrito Federal, por exemplo, a taxa de ocupação de leitos em hospitais privados, segundo dados disponíveis em 11/06/2021 do Infosaúde/DF, há hospitais que já não tem nenhum leito de UTI disponível para pacientes da COVID/19 e quanto tem não passa de apenas uma vaga.

Tiago Pechutti Medeiros, presidente da SLAM

São números que preocupam, pois existe uma grande demanda de beneficiários de planos de saúde no setor privado, que como já mencionado, a saúde suplementar representa cerca de 25% da população Brasileira. Além da preocupação com a ocupação de leitos de UTI, outro fator que deve ser encarado pelo setor privado de saúde é a disponibilidade de insumos médicos hospitalares, que com a realização de procedimentos eletivos que precisa de bloqueio de leitos de UTIs pode comprometer a disponibilidade de insumos e de leitos para os pacientes infectados pela COVID-19, incorrendo no descontrole da gestão de saúde e resultando em um alto número de mortes. Estamos diante de uma crise global pandêmica de saúde e no topo dessa cadeia está a medicina. Quando falamos em serviços de saúde privadosnão estamos tratando apenas de hospitais, mas de toda uma cadeia que engloba este setor que também inclui operadoras e seguradoras de planos de saúde, médicos, clínicas, laboratórios e demais prestadores de serviços de saúde. Toda essa cadeia para realização de atendimento não urgente, que não representa risco imediato para o paciente expõe nossos beneficiários a contaminação pela COVID-19, uma vez que se deslocam até a unidade de atendimento, muitos por meio de transporte público, promovendo aglomerações em suas recepções que não tem estrutura para o distanciamento necessário, precisamos mudar este cenário”, finalizou Tiago.

O que vemos são clínicas e demais serviços de saúde abarrotadas para realização de procedimentos eletivos e assim descumprindo o distanciamento social, além de profissionais médicos omitindo a realidade dos fatos cujo objetivo, frisa-se novamente, está relacionado com o aspecto financeiro, desprezando-se a vida.

Posicionamento do Sindicato Brasiliense de Hospitais

Em nota encaminhada à redação, o Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH) rebate as informações do presidente da operadora de planos de saúde de Brasília SLAM, Tiago Pechutti Medeiros, à reportagem do JBr. De acordo com o sindicato, as informações são infundadas e inverídicas de que clínicas e demais serviços de saúde privado estão “abarrotados” com a realização de procedimentos eletivos durante a pandemia da Covid-19.

Leia a íntegra da nota

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