
Confirmada a relação entre o vírus zika e o nascimento de bebês com microcefalia, as mulheres grávidas e futuras mães devem se preocupar ainda mais com a saúde durante a gestação. Mas você sabia que essa não é a única doença que pode passar da mãe para o neném levando a danos cerebrais, deficiências auditivas, retardo mental ou até o aborto? A boa notícia é que o diagnóstico precoce dessas doenças pode prevenir a transmissão para o bebê ou pelo menos reduzir os efeitos negativos no embrião.
De acordo com o Dr. Jurandir Passos, ginecologista e obstetra que integra o corpo clínico do laboratório Exame, todas as mães devem passar pelo acompanhamento pré-natal para identificar doenças precocemente e preveni-las. “Existem doenças que as vezes passam desapercebidas, por terem poucos ou nenhum sintoma. É o caso da zika vírus por exemplo. Por isso é importante realizar os exames de sorologia para identificá-las, repetidamente, durante o pré-natal”, reforça.
O médico afirma que uma interpretação correta do resultado destes exames, por parte de um médico, pode evitar danos na saúde do bebê. “Uma vez diagnóstico a infecção, a mulher deve procurar o tratamento adequado o quanto antes, para que os efeitos sobre o bebê sejam menores possíveis. Infelizmente algumas doenças, como a citomegalovirose não tem tratamento, mas mesmo assim, quando identificada precocemente, melhor o acompanhamento do crescimento da criança a fim de reduzir danos”, conclui.
Alerta aos períodos de gestação com maior risco
14 semanas – 3 primeiros meses
“Este é o período em que os órgãos estão sendo formados. Se o embrião é infectado nesse momento, algumas células, que estariam se multiplicando e produzindo outras células para construir um órgão, serão destruídas. Com isso o aparelho fica com alguma sequela. A intensidade do dano vai depender de vários fatores”, narra Dr. Jurandir.
22 semanas – 5 primeiros meses
“Se um adulto pega gripe, em uma semana está curado. Isso porque o nosso corpo reage contra o agente agressor, por meio do sistema imunológico. A imunologia do bebê está se estabelecendo a partir de 18 semanas e apenas após 22 semanas ele responde aos quadros infecciosos com mais precisão. Ou seja, o vírus tem uma liberdade de atacar todos os tecidos do neném antes desse período”, esclarece.
Quais são as doenças virais mais comuns que afetam a mãe e o bebê durante a gestação?
Rubéola, Hepatite A, B e C e a Citomegalovirose – “Essa última é uma doença comum em crianças no qual a passagem se dá através de secreções. Por isso, orientamos as mães, que não criaram anticorpos à doença na sua infância, a não compartilhar alimento com o filho primogênito, tomar muito cuidado na hora de limpar a fralda e sempre lavar muito bem a mão. Se for a primeira gravidez, lembrar que a doença pode ser pega de qualquer outra criança com quem tenha contato”, reforça o médico.
Quais são as doenças infecciosas mais comuns que afetam a mãe e o bebê durante a gestação?
Sífilis e Toxoplasmose – “Ambas doenças podem ser tratadas com tipos específicos de antibióticos que podem ser tomados durante a gravidez. Para isso a mulher deve ser acompanhada pelo especialista desde o diagnóstico da doença”, identifica Dr. Jurandir.