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Saúde

Especialistas destacam cuidados para uma gravidez tranquila após os 40 anos

Número de mães com mais de 40 anos aumentou quase 60% em 12 anos; especialistas alertam para riscos, mas destacam benefícios do acompanhamento médico e psicológico

Redação Jornal de Brasília

15/07/2025 17h08

Foto: Divulgação/IgesDF

Foto: Divulgação/IgesDF

Cada vez mais mulheres estão adiando o sonho de ser mãe para depois dos estudos, da estabilidade financeira, da carreira e de outras prioridades pessoais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2010 e 2022, o número de brasileiras que se tornaram mães após os 40 anos cresceu 59,98%.

No entanto, essa escolha traz desafios. A ginecologista e obstetra Ana Carolina Ramiro, do ambulatório de gestação de alto risco do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), explica que o planejamento familiar se torna fundamental com o avanço da idade. “Depois dos 40 anos, as chances de gravidez natural caem para menos de 5% por ciclo. Os óvulos têm maior probabilidade de alterações genéticas, aumentando riscos de síndromes, como a de Down. As chances de aborto também são maiores”, alerta a especialista.

Mesmo diante dos riscos, muitas mulheres vivenciam gestações saudáveis com o suporte médico adequado. “Essas pacientes costumam ser mais comprometidas com o acompanhamento, realizam mais exames e têm seguimento multidisciplinar, o que melhora os desfechos”, acrescenta a médica. No HRSM, referência em gestação de alto risco, há dez leitos exclusivos para esse público, onde as futuras mães recebem atenção diária até o parto ou a alta médica.

A psicóloga Alane Lima, que atua na maternidade do hospital, destaca que o aspecto emocional também pesa nessas gestações. “Muitas mulheres chegam com histórico de perdas gestacionais, outras engravidam sem planejar, o que aumenta a ansiedade. Há também o receio de não conseguir acompanhar o ritmo da maternidade devido à idade”, explica. O suporte psicológico é fundamental, ajudando as gestantes a enfrentarem medos e dúvidas, fortalecendo o vínculo com o bebê.

Esse é o caso da dona de casa Mônica Christiani Ribeiro, de 40 anos, grávida da terceira filha. Internada desde a última quarta-feira (9), ela enfrenta hipertensão e diabetes gestacional e é acompanhada de perto no pré-natal de alto risco do HRSM. “Não imaginei engravidar depois dos 40, tenho ovários policísticos, problemas hormonais e ainda sou diabética. Foi uma surpresa, mas uma surpresa feliz”, conta.

Mãe de dois filhos adultos, de 21 e 17 anos, Mônica percebe as diferenças entre gestar jovem e após os 40. “Hoje tenho mais maturidade para buscar informações, não perco consultas, acompanho tudo de perto. Mas o corpo sente, o medo é outro. Antes eu temia não saber cuidar, agora me preocupo com a saúde da bebê e com o parto”, relata.

A experiência de Mônica reflete a tendência crescente entre as brasileiras: a maternidade tardia, embora desafiadora, também é marcada pela responsabilidade, amadurecimento e maior consciência sobre os cuidados necessários para uma gestação segura.

Com informações do IgesDF

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