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Saúde

Diagnóstico precoce e atendimento humanizado marcam combate ao linfoma no Hospital de Base

Centro de Infusão Verinha amplia capacidade e acelera início da quimioterapia, atendendo crescente demanda por tratamento oncológico

Redação Jornal de Brasília

15/09/2025 17h52

Foto: Alberto Ruy/IgesDF

Foto: Alberto Ruy/IgesDF

No mês de conscientização sobre o linfoma, lembrado em 15 de setembro, histórias como a de Francisco Janailson Rodrigues, 39 anos, mostram a importância do diagnóstico precoce e do acesso rápido ao tratamento. Portador de linfoma de Hodgkin, ele descobriu a doença após semanas de febre, dores e perda de peso.

“Cheguei a perder 17 quilos. No início, pensei que fosse outra condição, mas depois da biópsia veio o diagnóstico. Estou no meu primeiro mês de tratamento e já sinto a diferença de estar em um lugar onde nada falta e todos se dedicam a cuidar da gente”, contou.

Francisco realiza duas sessões de quimioterapia por mês, previstas para seis meses. Até agora, não apresentou efeitos colaterais relevantes e mantém confiança na recuperação. “Estou conseguindo me alimentar bem, não tive fraqueza nem vômitos. O mais importante é o acolhimento: a equipe é muito atenciosa e sempre disponível para esclarecer dúvidas. Isso nos dá tranquilidade”, destacou.

O tratamento ocorre no Centro de Infusão Verinha, no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). A unidade é referência em terapias oncológicas e hematológicas, oferecendo atendimento humanizado e acesso a medicamentos de alta complexidade.


Cresce demanda por atendimento

Entre janeiro e julho deste ano, o HBDF registrou 979 pacientes com linfoma, um aumento de 10,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 887 casos. O número de consultas cresceu ainda mais: 3.264 no primeiro semestre de 2025, contra 2.409 no ano passado, alta de 35,5%.

Em todo o ano de 2024, a unidade somou 1.238 pacientes e 4.457 consultas. Em apenas sete meses de 2025, já foram atingidos 79% do total de pacientes e 73,2% das consultas realizadas em todo o ano anterior, evidenciando crescimento contínuo da procura.

Com a ampliação da estrutura, os pacientes conseguem iniciar a quimioterapia logo após a primeira consulta, medida considerada crucial para casos de maior agressividade.


Entendendo a doença

Segundo Luiz Henrique Ramos, chefe do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do HBDF, o linfoma é um grupo de doenças que afetam o sistema linfático, dividido em dois tipos principais: Hodgkin e não Hodgkin, com diversos subtipos.

“Alguns casos são de crescimento lento e permitem apenas acompanhamento, mas outros exigem tratamento imediato. Nossa equipe está preparada para atuar em todas as variações da doença”, explicou Ramos.

O diagnóstico costuma começar pela suspeita clínica, geralmente devido ao aumento de gânglios no pescoço, axilas ou virilha, associados a perda de peso, febre e sudorese noturna. A confirmação é feita por biópsia, seguida de exames complementares, como tomografia e PET-CT, equipamento disponível no HBDF e considerado essencial para definir a extensão e a localização do câncer.

O tratamento é individualizado e pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Atualmente, a unidade está em processo de credenciamento para realizar transplantes, o que deve trazer mais agilidade e integração ao atendimento.


Agilidade e cuidado humano

De acordo com Larissa Dias, chefe de Enfermagem do Ambulatório Onco-Hematológico, a ampliação da capacidade do centro permitiu agilidade no início do tratamento.

“Hoje conseguimos iniciar a quimioterapia logo após a primeira consulta. Isso é essencial, já que alguns tipos de linfoma são agressivos e não permitem espera”, destacou.

Além de monitorar os pacientes durante as sessões, a equipe de enfermagem mantém acompanhamento telefônico, orientando sobre sinais de alerta, hidratação, alimentação e encaminhamento a serviços de apoio, como nutrição e psicologia.

“O maior diferencial é o cuidado humano aliado ao conhecimento técnico. O tratamento é exigente, mas aqui conseguimos dar ao paciente a confiança de que ele não está sozinho”, afirmou Larissa.

Para Francisco e outros pacientes, esse acolhimento representa mais do que receber medicamentos — é uma oportunidade de recuperar qualidade de vida e esperança.

Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

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