Apesar das inúmeras conquistas que tem no currículo, Bernardinho ainda tem que responder quanto aquela apresentação entre Brasil e Bulgária na última partida da segunda fase do Mundial de vôlei. A seleção brasileira fez uma partida vergonhosa e foi acusada de entregar a vitória para os rivais, uma vez que o perdedor daquele jogo sairia beneficiado pelo estranho regulamento do campeonato.
Um mês após a conquista do tricampeonato mundial, Bernardinho finalmente comentou sobre o assunto em uma entrevista para a Revista Alfa, na qual ele pede desculpas pelo jogo horrível e também se diz envergonhado e constrangido, assumindo total responsabilidade pelo modo como a equipe jogou em quadra.
Após a declaração de desculpas, Bernardinho veio a público pela primeira vez para expor sua opinião, explicando o que realmente tinha acontecido nos bastidores da partida. “Não houve premeditação, a situação foi fugindo do controle, não houve nenhuma reunião”, disse o técnico à ESPN.
Segundo Bernardinho, o que aconteceu antes da partida contra a Bulgária foi uma votação entre jogadores e comissão técnica para decidir se a seleção brasileira entrava com força máxima em quadra. A situação da equipe verde-amarela não era das melhores, uma vez que contava apenas com Bruninho no levantamento, já que Marlon estava doente. Para complicar ainda mais, o camisa um do Brasil estava gripado e também com uma pequena torção no tornozelo.
Portanto, de acordo com o técnico, seria importante ouvir o que a equipe queria fazer, já que se algum dos jogadores se machucasse naquela partida em que era melhor perder, todo o caminho para o tri Mundial seria prejudicado. “Naquele momento, seria insensato escalar a força máxima e comprometeria todo o nosso caminho. Colocar o Bruno em risco seria insensato”, declarou.
Bernardinho ainda pediu desculpas ao público que acompanhava a partida no ginásio e também à torcida brasileira, acostumada a assistir o Brasil em sua melhor forma. “Minhas desculpas são às pessoas que estavam no ginásio e também à torcida. Não fui capaz de administrar a situação. A responsabilidade é minha de toda e qualquer decisão. É um caminho que não quero fazer de volta”.
Perguntado se encontrasse uma situação como essa no futuro, Bernardinho admitiu que não sabe o que faria. “Não gostaríamos de ter que decidir. Mas apenas poderia tomar a decisão quando surgisse a ‘oportunidade'”, concluiu.