Quando você for muito elogiado, não se iluda com isso porque você não é bom como querem fazer você crer. E quando você for muito criticado, também não se deprima porque você não é tão ruim quanto as pessoas querem te fazer crer”.
A frase acima é o lema que permeia a carreira do técnico Bernardinho. Treinador da era mais vitoriosa da seleção brasileira masculina de vôlei, este carioca de 51 anos está cansado de viver os dois extremos: a cada título importante que conquistou, foi muito exaltado. Entretanto, também se viu bastante criticado no auge de polêmicas como o corte do levantador Ricardinho, em 2007, e na derrota para a Bulgária no último Campeonato Mundial, encerrado em outubro.
Bernardinho não se negou a falar sobre nenhum assunto. Ressaltou, inclusive, que no que depender dele Ricardinho não está fora da seleção brasileira, como o próprio jogador fez questão de dizer na apresentação da Superliga 2010/2011 em 26 de outubro. “Nenhum atleta deixar de ter o sonho de seleção, muito menos ele”, afirmou.
Questionado sobre o porquê de o ex-capitão da seleção brasileira não ter disputado o Campeonato Mundial após uma reaproximação no começo do ano, Bernardinho justificou dizendo que o atleta não participou da Liga Mundial, competição para a qual foi pré-convocado. “Eu não podia naquele momento tirar alguém do grupo porque já tinha sido um longo caminho”, explicou. Na ocasião, Ricardinho pediu dispensa da primeira convocação do ano para cuidar de seu retorno ao voleibol brasileiro, onde agora defende as cores do Vôlei Futuro, de Araçatuba.
A entrevista foi dividida em três partes: na primeira, publicada nesta quarta-feira, Bernardinho fala sobre o levantador, sobre o sacrifício de Murilo na final do Mundial e sobre seu filho Bruno, que também integra a seleção brasileira e frequentemente é alvo de insinuações que só chegou lá devido ao pai que possui. “Eventualmente quando querem me atingir, usam o Bruno”, lamenta Bernardinho, lembrando os títulos que o atleta já conquistou.