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Saúde

Após boicote, Brasil conta com convite para o Grand Prix 2011

Arquivo Geral

05/08/2010 16h53

Se dentro de quadra a seleção brasileira feminina inicia nesta sexta em São Carlos a luta pelo nono título do Grand Prix, nos bastidores a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) já se mexe para garantir a participação nacional na edição 2011 da disputa. Isso porque as atuais campeãs olímpicas precisarão de um convite para não ficar fora de uma das principais competições do mundo do vôlei na próxima temporada.

 

 

Só há uma maneira de as seleções do continente americano garantirem, em quadra, vagas no Grand Prix: a Copa Pan-americana, realizada este ano no mês de junho, na República Dominicana. Optando por mandar a seleção juvenil, o Brasil terminou apenas em oitavo lugar. Os quatro primeiros colocados, República Dominicana, Peru, Estados Unidos e Cuba, asseguraram a classificação.

 

 

Porém, a decisão de mandar jovens jogadoras sob o pretexto de “ganhar experiência” não se tratou de um erro de cálculo da CBV: manter a equipe adulta treinando no Brasil foi, além de uma opção técnica de José Roberto Guimarães, uma forma de represália às condições que as brasileiras foram submetidas na Copa Pan-americana de 2009, em Miami.

 

 

Na ocasião, o Brasil jogou com o time principal, conquistando o título após uma vitória por 3 a 0 sobre a República Dominicana na decisão. Fora de quadra, atletas e comissão técnica se irritaram com a desorganização do torneio.

 

 

“Elas não forneceram hotel, mas sim um alojamento em que não tinha nem arrumadeira. A comida era de bandejão. O transporte não funcionava, sempre atrasava. Minhas jogadoras são de tratamento superior”, reclama Ary Graça, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). “Eles não entenderam que estavam recebendo as campeãs olímpicas. Foi um desastre, uma desgraça”, afirma.

 

 

A reportagem apurou ainda que a comissão técnica também ficou bastante chateada com um dirigente dominicano, que fazia “dancinhas” e provocações enquanto sua seleção estava na frente da brasileira – além da final, as duas equipes se encontraram na fase classificatória, onde o time verde-amarelo perdeu no tie-break.

 

 

Ciente de seus profissionais no cenário internacional, o Brasil decidiu apostar no convite. E a confiança de que ele virá é alta. “É claro que o Brasil vai estar no Grand Prix 2011. Você acha que alguém é louco de não chamar o Brasil?”, questionou Graça, que também é um dos vice-presidentes executivos da FIVB (Federação Internacional de Vôlei). “Dizer que erramos na questão da Copa Pan-americana é burrice. Eu estou treinando a seleção juvenil para ganhar o Mundial da categoria no ano que vem”, emendou.

 

 

Técnico da equipe juvenil, Luizomar de Moura concorda que a experiência foi positiva. “As meninas trabalharam muito bem, apesar de não terem conquistado a vaga. A CBV pensa lá na frente e colocou uma geração campeã mundial infanto juvenil para ser exigida. Isso foi muito bom, pois as atletas amadureceram e tenho certeza que isso será bom para a carreira delas”, destacou.

 

 

Desgaste desanima jogadoras

 

 

Internamente, é consenso entre as atletas da seleção adulta que o Grand Prix significa desgaste. Não participar de uma edição da disputa seria até um alívio para muitas delas.

 

 

“Jogar o Grand Prix é chato porque é cansativo, são muitas viagens e você tem que se adaptar com a alimentação, já que há uns hotéis que não têm cozinha internacional… Eu, particularmente, sofro muito com isso”, comenta a capitã da seleção, Fabiana.

 

 

Ary lembra que o excesso de viagens traz consequências muito maiores na seleção feminina que na masculina. “Para um homem, ficar fora um mês é desagradável. Para uma mulher, é a morte”, exagera.

 

 

De acordo com ele, a FIVB tem mais a perder com a ausência do Brasil no Grand Prix que o contrário. “Para o Brasil, o prejuízo é zero. A única coisa ruim para as meninas e a comissão técnica é que assim eles não poderiam ganhar os US$ 350 mil de prêmio dado ao campeão”, afirma.

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