Irritações, coceira, vermelhidão e outras manifestações alérgicas são frequentes durante o clima seco. A pele e os olhos são os principais afetados. Para aliviar os sintomas, é comum as pessoas utilizarem colírios e pomadas sem orientação médica. É fácil se esquecer que esses produtos são medicamentos e oferecem riscos à saúde se utilizadas de forma inadequada.
A automedicação pode mascarar a origem dos problemas, provocar infecções, alergias e até condições mais graves. No caso dos olhos, o uso incorreto de colírios pode aumentar a pressão arterial e facilitar o desenvolvimento de catarata e glaucoma.
“Os colírios têm componentes que precisam ser ministrados com cautela, como antibióticos e vasoconstritores. Eles são capazes de causar efeitos negativos se forem utilizados indiscriminadamente”, destaca o oftalmologista Jonathan Lake, da Oftalmed – Hospital da Visão.
O dermatologista Erasmo Tokarski também dá um alerta semelhante. “O médico deve indicar a solução adequada para cada caso. Loções, pomadas e sprays parecem simples, mas são todos remédios, com corticóides e outras substâncias, que podem gerar reações adversas”, ressalta.
A temporada de seca deve durar até o final de setembro, com o início da primavera. No entanto, Brasília segue em estado de emergência ambiental até novembro, de acordo com decreto publicado em junho pelo governo do Distrito Federal.
As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) têm variado entre 25% de umidade mínima e 70% de máxima no DF. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como situação de alerta quando a umidade relativa do ar cai para menos de 30%.
Recomendações
-Soro fisiológico, colírios, pomadas e qualquer outro medicamento devem ser utilizados apenas com orientação médica. Caso contrário, eles podem provocar reações indesejadas e agravar os sintomas;
-Nada de usar o colírio esquecido na gaveta: é essencial que o produto esteja dentro do prazo de validade;
-Se a pessoa utilizar lentes de contato, ela deve dar atenção redobrada à hidratação dos olhos;
-Apostar no ar condicionado não é uma boa escolha: apesar de aliviar o calor, ele retira umidade do ambiente;
-Evitar a exposição ao sol, principalmente no horário das 10h às 16h. “Esse é o período de maior incidência de radiação solar. As pessoas devem preferir horários mais cedo ou mais tarde para se expor ao ar livre e praticar exercícios, mesmo no tempo úmido”, aponta o dermatologista Erasmo Tokarski. Ele acrescenta que essas medidas também são úteis para prevenir o câncer de pele;
-Outra indicação do dermatologista é completar a proteção com uso de óculos escuros e de protetor solar;
-É melhor que o banho seja morno ou frio, pois a água quente resseca a pele;
-Reforçar o uso de hidratantes;
-Os lábios também devem ser lembrados. Uma opção são os batons que combinam hidratante com fator de proteção solar. Para um efeito incolor, vale investir na boa e velha manteiga de cacau;
-Ingerir bastante líquido.