JULIANA ARREGUY
FOLHAPRESS
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta quarta-feira (24) que o presidente Lula (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, precisam se resolver sobre o tarifaço e acrescentou que a adesão aos atos do último domingo mostra uma desconexão entre o Congresso Nacional e a população.
Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23), Trump fez um aceno a Lula e disse que quer se encontrar com o petista. Apoiador do presidente americano, Tarcísio defendeu o diálogo entre os líderes, em um momento no qual bolsonaristas mais ferrenhos tentam utilizar as sanções impostas pelos EUA para pressionar a pauta da anistia.
“Acho que ele precisa negociar, e o Lula também precisa. Essa situação é ruim para o Brasil e é ruim para os Estados Unidos também. Da mesma forma que o presidente brasileiro é pressionado aqui, o presidente americano é pressionado lá. Por isso, eu acho que, em algum momento, isso deve convergir. E qual o apelo? Que eles sentem, conversem e se resolvam”, afirmou o governador durante entrega de unidades habitacionais em Embu das Artes, na Grande São Paulo.
O governador também afirmou que os atos convocados pela esquerda no domingo contra o Congresso mostram a insatisfação da população com a PEC da Blindagem, aprovada na semana passada pela Câmara e rejeitada há pouco pela CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado.
“Elas representam um sintoma de desconexão do que está sendo feito com a vontade das pessoas”, disse.
Tarcísio acrescentou que o que deveria garantir a segurança do parlamentar para exercer o seu mandato foi deturpado pelos deputados no texto.
“Quando se transforma em outra coisa e você tem uma distorção, a população percebe que está indo por um caminho de privilegiar a impunidade e se revolta”, disse.
Os atos de domingo também tiveram como alvo de protesto o projeto da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos envolvidos no 8 de Janeiro. Tarcísio disse discordar de quem diga que a pauta é um “estímulo à impunidade” e afirmou acreditar ser “o caminho para a paz dialogada”.
Ele disse que tratar sobre a dosimetria, como vem sendo defendido pelo relator, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ajudaria a corrigir penas que ele considera injustas.