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Política & Poder

Servidores do Tesouro Nacional aprovam greve a partir de 23 de maio

A decisão contou com apoio de 71,5% dos participantes da assembleia deliberativa, segundo o Unacon Sindical

FolhaPress

17/05/2022 20h19

Foto: Agência Brasil/Divulgação

Nathalia Garcia
Brasília, DF

Por reajuste salarial e reestruturação de carreira, os servidores do Tesouro Nacional decidiram, nesta terça-feira (17), entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, dia 23 de maio.

A decisão contou com apoio de 71,5% dos participantes da assembleia deliberativa, segundo o Unacon Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle).

“A greve é um último recurso, mas neste momento crítico em que o prazo legal para recomposição salarial em ano eleitoral se esgota e em que persiste a sinalização do governo de reajustes discriminando a carreira de Finanças e Controle, os servidores do Tesouro Nacional aprovaram a intensificação da mobilização”, afirmou Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical, em nota.

“Não abrimos mão de defender a nossa carreira e nossas instituições”, acrescentou.

Na última semana, segundo a entidade que representa a categoria de Finanças e Controle, 80% dos servidores do Tesouro que ocupam cargos e funções em comissão solicitaram exoneração coletiva. Antes disso, a insatisfação da categoria já tinha motivado diversas paralisações e atos públicos.

É a terceira categoria que decide cruzar os braços. Já estão em greve os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e do Banco Central. Além disso, os funcionários da CGU (Controladoria-Geral da União) vão se reunir na próxima sexta (20), às 14h, para também deliberar sobre a possibilidade de paralisação.

Em assembleia na tarde desta terça-feira, os funcionários do BC aprovaram a manutenção da greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), 95% dos presentes na assembleia votaram a favor da continuidade da paralisação.

A greve dos servidores do BC, retomada em 3 de maio, tem afetado a rotina da autoridade monetária, com a interrupção na divulgação de relatórios e indicadores financeiros. A última pesquisa Focus disponível foi publicada no dia 29 de abril.

A divulgação da Ptax [taxa de câmbio], a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro, a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro são outras atividades afetadas. O movimento grevista segue as mesmas características da paralisação que durou de 1º a 19 de abril, antes de uma trégua de duas semanas.

Na última quinta-feira (12), o BC encaminhou uma proposta de MP (medida provisória) ao Ministério da Economia por reajuste salarial de 22% aos servidores a partir de junho e demandas de reestruturação de carreira, mas retirou a minuta do sistema no mesmo dia depois de alegar ter observado “inconsistências”.

O descontentamento dos funcionários públicos cresceu após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter acenado com aumento apenas a profissionais da área de segurança pública, categoria que compõe sua base de apoio.

O governo agora discute um reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo público. Como antecipou a Folha em 13 de abril, Bolsonaro (PL) decidiu conceder o aumento para todas as carreiras –inclusive militares das Forças Armadas, além de integrantes do Judiciário e do Legislativo– a partir de 1º de julho. A medida ainda não foi oficializada.

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